Nos dias 29 e 30 de março, sábado e domingo, das 8h às 18 horas, uma equipe com cerca de 70 alunos e professores dos cursos de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná, PUC e Tuiuti irá a campo no bairro de Weissópolis, Município de Pinhais. A meta é realizar a segunda etapa de testes de uma vacina anti-rábica de cultivo celular em comparação com a chamada Fuenzalida, utilizada atualmente nas campanhas de erradicação da raiva canina.
“São duas as razões principais pelas quais se faz necessário realizar um estudo para avaliar comparativamente a eficácia da vacina de cultivo celular e a da vacina Fuenzalida & Palácios”, explica o professor Alexander Biondo, responsável pelos trabalhos no curso da UFPR. “A persistência da raiva canina em alguns municípios brasileiros mesmo com atividades de controle –como duas campanhas vacinais ao ano e bloqueio de foco – e o fato da vacina Fuenzalida apresentar uma baixa imunogenicidade, segundo apontam alguns testes já realizados.”
Segundo Biondo, uma das vantagens da vacina que está sendo testada seria a eliminação definitiva da utilização de animais – camundongos neonatos – em sua produção. Além disso, as vacinas anti-rábicas caninas produzidas em cultivo celular são consideradas mais seguras, conferindo maior permanência de anticorpos.
PINHAIS – Atualmente, a vacina utilizada nas campanhas de vacinação animal é a Fuenzalida & Palácios, produzida em camundongos recém-nascidos, no Instituto de Tecnologia do Paraná/TECPAR, e adquirida pelo Ministério da Saúde. “Com os testes usando as duas vacinas em diferentes grupos, poderemos oferecer ao Ministério alternativas para vacinação em áreas consideradas de alto risco de transmissão da raiva urbana no País, pois na Região Metropolitana de Curitiba a doença não ocorre em cães há mais de 20 anos. Escolhemos o Município de Pinhais pelo fato de lá não serem realizadas campanhas de vacinação em massa – a vacinação é feita no Centro de Controle de Zoonoses; o que nos oferece uma população canina sem influência de respostas de outras vacinas anteriores. Já os felinos serão obtidos de criações animais na Região Metropolitana de Curitiba.”
Nesta nova ida ao bairro de Weissópolis serão vacinados pelo menos mais dois mil animais, com revacinação e coleta de amostras de sangue dos quase 500 cães vacinados na primeira etapa, para avaliação da resposta vacinal. Também serão preenchidas fichas epidemiológicas de cada um deles com foto, idade, sexo, raça, local de residência e informações sobre vacinação prévia, bem como tipo de alimentação e doenças já registradas.
ETAPAS – Na primeira etapa – realizada no início do mês de março – foi feita a orientação dos proprietários de animais com a coleta das assinaturas de consentimento para a retirada das amostras de sangue e a primeira vacinação. Neste retorno dos dias 29 e 30, os animais serão revacinados para, numa terceira etapa, uma nova amostra de sangue ser coletada.
As amostras serão, então, processadas no Laboratório de Epidemiologia Molecular e Zoonoses do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná e enviadas ao Instituto Pasteur, em São Paulo, que realizará a titulação de anticorpos contra o vírus rábico.
POSSE RESPONSÁVEL – Durante a realização do projeto em Pinhais também será trabalhada a questão da posse responsável de animais com a distribuição de panfletos e folders educativos, realização de reuniões e palestras com a comunidade e aplicação de vermífugos.
QUEM MAIS PARTICIPA – O trabalho está sendo coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde. Terá participação ainda da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná, através da Divisão de Zoonoses e Intoxicações, Centro de Controle de Zoonoses de Pinhais, além da Universidade Federal do Paraná através da Disciplina de Zoonoses do curso de Medicina Veterinária, contando também com acadêmicos de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica e Universidade Tuiuti do Paraná, além da comunidade do bairro Weissópolis e proprietários dos animais. As vacinas de cultivo celular são produzidas pelo Laboratório Merial, no México, e fornecidas pelo Ministério da Saúde.
SOBRE A RAIVA – A Raiva é uma zoonose de etiologia viral, cuja transmissão se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas. Reveste-se da maior importância epidemiológica por apresentar uma letalidade de 100%, além de ser passível de eliminação no ciclo urbano – raiva transmitida por cães e gatos – por dispor de medidas eficientes de prevenção, tanto em relação ao ser humano, quanto à fonte de infecção. Embora a doença esteja erradicada em Curitiba e região metropolitana há mais de 20 anos, o maior problema hoje na região são os morcegos – em sua maioria não hematófagos – infectados pelo vírus rábico.
SERVIÇO:
O QUE? – Vacinação de cães e gatos no bairro de Weissópolis, em Pinhais, para realização de teste vacinal
QUANDO? – Dias 29 e 30 de março
HORÁRIO? – A partir das 8 horas (SAÍDA NA FRENTE DO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFPR, CAMPUS AGRÁRIAS) – até as 18 horas
ENDEREÇO? – Bairro Weissópolis, Pinhais
INFORMAÇÕES? – Secretaria do Departamento de Medicina Veterinária da UFPR, com o secretário Dorly (3350-5623)
Foto(s) relacionada(s):
Alunos e professores fazem a primeira coleta no bairro de Weissópolis
Foto: Arquivo Medicina Veterinária/UFPR
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Fonte: Vivian de Albuquerque
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