Foi lançado na última sexta-feira (7/11) o livro jogo “Jaguareté – O Encontro”. Desenvolvido pelo Museu de Etnologia e Arqueologia da Universidade Federal do Paraná (MAE-UFPR), o livro traz uma forma lúdica de abordar a temática indígena. O evento também contou com a apresentação do concerto “Anhangá – Espirito da Natureza”, do Quarteto Liberi do Coro da UFPR, com músicas relacionadas ao universo indígena. Prestigiaram o lançamento a Pró-reitora de Extensão e Cultura, Deise Picanço, a diretora do MAE, Márcia Cristina Rosato, e o diretor da Editora UFPR, Gilberto de Castro, entre outros convidados.
Ferramenta didática
O material, lançado sob o selo da Editora UFPR, foi pensado como uma forma de atender uma legislação recente que estabelece o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena no Ensino Médio e Fundamental. A partir da ideia de se criar o jogo uma equipe de historiadores e antropólogos, contando com o apoio de designers e “rpgistas”, buscaram formas de utilizar o RPG (Role Playing Game, que pode ser traduzido como “Jogo de Interpretação de Personagens”) para que o estudante possa conhecer um pouco do universo indígena do ponto de vista dos povos originários.
Segundo Fábio Marcolino, idealizador e produtor cultural do projeto, o RPG é uma ferramenta pedagógica interessante para a imersão em uma cultura diferente da nossa, pois possibilita enxergar o mundo com outros olhos. Durante o lançamento Fábio fez uma apresentação do projeto, mostrando como a equipe lidou com a necessidade de equilibrar uma abordagem autêntica dos povos indígenas e do povo europeu do século XVI, com atrativos que despertassem interesse pelo jogo.
A antropóloga, Laura Pérez Gil, que também fez parte da equipe de desenvolvimento do jogo, contou um pouco sobre a pesquisa e do desafio de sintetizar a perspectiva indígena. “Apesar desse encontro [entre europeus e indígenas no século XVI, onde está ambientado o jogo] ser um encontro interétnico nós tentamos dar uma ênfase à perspectiva indígena. Como estes indígenas estão no mundo? Como se relacionam com os outros? Como é o ambiente no qual eles vivem? Nós tentamos trazer um pouco desta perspectiva que geralmente não está presente na escola.”
Próximos passos
O material já está sendo distribuído para escolas, bibliotecas e museus, mas o trabalho ainda não está encerrado. A equipe responsável pelo projeto pretende continuar com cursos de capacitação para que professores possam utilizar o material, avaliação dos resultados de seu uso, além de divulgação em eventos de RPG. Também estão sendo discutidas a ampliação do projeto, como a implementação de um site para distribuir o material, a publicação de novas aventuras baseadas no jogo e a pesquisa para a inclusão de novos povos indígenas, como forma de enriquecer o cenário já concluído.
Museu: Educação e cultura
Com este novo projeto o MAE-UFPR consolida ainda seu papel de difusor de pesquisas etnológicas, arqueológicas e de cultura popular para o grande público. Durante o lançamento de “Jaguareté – O Encontro” a historiadora Bruna Marina Portella, também parte da equipe do MAE, apresentou diversas iniciativas que o museu vem tomando neste sentido, como a disponibilidade de caixas didáticas, com réplicas e peças originais do acervo do museu, que podem ser emprestadas por escolas e vão acompanhadas de atividades e textos de apoio, para serem utilizadas por professores em sala de aula. Também estão disponíveis jogos de tabuleiros como o xadrez com peças de personagens da Congada, uma festa tradicional do Paraná com origem africana, e o Jogo da Onça, de origem indígena. Além disso, o museu vem ampliando suas publicações, em parceria com a Editora UFPR, como a publicação do livro e áudio-livro “Assim Vivem os Homens – Contos Africanos”, e de um guia da sala didática do MAE – a sala fica no prédio Histórico da UFPR na Praça Santos Andrade, disponível para visitação – que traz, além de informações sobre a sala, uma seleção de contos indígenas também disponível em áudio.
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