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Livro organizado por professora do Deciso traz perfil do trabalhador de tecnologia da informação

Na próxima quinta-feira (27/09) acontece no Palácio do Paço da Liberdade o lançamento pela Editora UFPR do Livro “Flexíveis, virtuais e precários?”, organizado por Maria Aparecida Bridi, professora do Departamento de Sociologia (Deciso), e Jacob Carlos Lima, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). O livro traz um panorama do perfil de trabalhadores de Tecnologia de Informação (TI) e da organização da produção do setor, entre outros temas relacionados.

Reunindo pesquisas realizadas em países como Brasil, Argentina, México e Espanha os artigos tratam entre outros temas das condições e relações de trabalho e das novas categorias de trabalhadores do setor. Essas categorias tem recebido denominações diversas como trabalhadores “informacionais”, “digitais” ou “virtuais”.

Segundo Bridi, os textos “bucaram refletir sobre a natureza do trabalho em tecnologia da informação, mas especialmente daqueles que produzem as ferramentas (softwares) que vem alterando as maneiras de trabalhar, de produzir, de estudar, de se relacionar e até de fazer política”. Segundo a pesquisadora destacou que o livro traz informações que muitas vezes contestam a imagem que se tem no setor.

PJ e reforma trabalhista

Segundo a professora outro tema que tem afetado a categoria é a Reforma Trabalhista. “Nesse setor é muito marcante a presença de trabalhadores atuando como Pessoas Jurídicas (PJ). Embora sejam considerados “empresas”, se olharmos com cuidado vamos identificar uma relação de emprego disfarçada entre os PJ. São trabalhadores que não tiram férias nunca, não tem FGTS, repouso semanal remunerado etc. Aparentemente parece que ganham melhor, mas se colocamos na ponta do lápis, a conta pode não ser bem assim. Sem contar que se trata de um trabalhador que se manterá na insegurança permanente de ter ou não ter salário, de ter uma renda para sobreviver”, explica a professora.

A reforma trabalhista, Lei 13.467/2017, sancionada em julho de 2017, vem sendo objeto de estudo da Sociologia do Trabalho. Segundo Bridi, a nova lei traz impactos negativos para o trabalhador. “A Reforma Trabalhista no Brasil foi aprovada sob o argumento de que criaria empregos e sob o discurso da “modernização” da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Foram realizadas mais de 100 mudanças. Dentre as mais polêmicas constam a autorização do trabalho intermitente, o contrato de trabalho por jornada, que legaliza o chamado contrato zero hora” completa a pesquisadora.

Destacou também a pressão da nova legislação sobre os sindicatos que, segundo ela, força as entidades a negociar em patamares reduzidos e a individualizar as negociações trabalhistas. “No novo quadro, reduções salariais e de direitos passam a ser possibilidades concretas e legais nas relações de trabalho. Somam-se a essas alterações, as imposições que responsabilizam o trabalhador pelo pagamento de honorários para a realização de perícia judicial, pelos chamados ônus de sucumbência, entre outras, impondo aos trabalhadores extraordinária dificuldade de acesso à Justiça do Trabalho”, explica Bridi.

Serviço
Lançamento do livro “Flexíveis, virtuais e precários?”
Local: Livraria do Sesc – Palácio do Paço da Liberdade, praça Generoso Marques
Data: 27 de julho de 2018
Horário: 18h
Entrada franca

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