O Laboratório de Música Antiga – Lamusa, da Universidade Federal do Paraná, é um espaço que desenvolve atividades que promovem produção teórica e interpretação, por meio da produção artística, pesquisa de professores e estudantes, assim como participantes da comunidade externa.
Por meio da coordenação da Profª Drª Silvana Ruffier Scarinci, desde 2010, o Lamusa trabalha com a participação de musicólogos especialistas no Período barroco e/ou Renascentista e artistas especializados em “Performance historicamente informada”. Um dos objetivos é propiciar impactos na produção científica, e na sociedade.
Seu caráter extensionista dá movimento ao processo de inclusão social, artística e cultural, por meio do contato com públicos diversos, com o objetivo de sensibilizar seus espectadores, em uma construção que envolve educação, conhecimento e troca de experiências, por meio da música barroca.
Pelo seu caráter interdisciplinar, o projeto combina a divulgação científica (incluindo aqui a arte como uma manifestação de conhecimento científico) e o desenvolvimento de tecnologias necessárias para a sua implementação e inovação. Uma importante vertente do trabalho do LAMUSA tem forte caráter extensionista, com o intuito claro de abrir as portas da Universidade à comunidade.
De acordo com a coordenadora do Laboratório, Professora Silvana: “Este projeto de ópera nasceu de acordo com o desejo de fazer ópera, por meio de uma experiência completa, focado na junção da música do período barroco e renascentista, ou músicas antigas, e teatro em cena e cantado. Muito satisfatório participar de produções de ópera. O Departamento de Artes da UFPR foi um espaço muito importante para este processo, com a participação dos alunos, das parcerias, por meio de criações diversas, campanhas e afins, eventos, que contemplassem a ópera barroca.”
Silvana ainda destaca o envolvimento dos estudantes neste processo de criação e desenvolvimento destas ações, especialmente dos alunos da pós-graduação, e da comunidade em geral que tem interesse a este caráter de especialização.
A Extensão e a Relação com a Sociedade
O Lamusa tem realizado inúmeros eventos, concertos, em cidades e territórios, de forma a contemplar a diversidade. Entre cenários e figurinos, o caminho objetiva fortalecer e dar visibilidade para o trabalho realizado pela Universidade e sua potente relação com a sociedade. De acordo com Silvana, o grupo representa a excelência e comprometimento científico, social e cultural, que possui uma ótima repercussão, movimentando o interesse das pessoas em participar; o que inclui, segundo a coordenadora, crescimento técnico, com inúmeros artistas internos e externos à Universidade, o que enriquece a proposta do Laboratório de Música.
Silvana destaca, ainda, o processo de formalização de seu caráter extensionista. “A partir de 2022, institucionalizamos a proposta da extensão no Lamusa, para ir além de universidade, para além da pesquisa acadêmica, mostrar para os públicos diversos, de gêneros, classes, idades, enfim. Neste momento, o projeto com ação extensionista chama Lamusa in Concert, para publicizar este trabalho. Para tanto, tivemos o apoio da Pró-reitoria de Extensão e Cultura, que gerencia as atividades extensionistas. Além disso, o projeto conta com a participação de bolsistas, que enriquecem ainda mais esta dinâmica.”
A função da universidade em transformar a sociedade, é outro ponto destacado por Silvana, onde a vontade institucional em trazer as informações e envolver as pessoas para este processo de participar, é uma grande preocupação. “Nos projetos, íamos as escolas, e trabalhávamos coisas de ópera, de dramaturgia, com linguagem acessível, lúdica, fazíamos atividades, com contação de histórias, sensações. Posteriormente, as crianças eram levados ao teatro para prestigiar alguns destes projetos, e depois retornavam às escolas. É maravilhoso ver as crianças tocadas, e possivelmente transformadas, por esta interação.”
O Reconhecimento Internacional e as oportunidades do compartilhamento do conhecimento
O Lamusa, assim como outros projetos e ações vem, ao longo do tempo, sendo mais reconhecido e incentivado por meio de parcerias institucionais e oportunidades de bolsas de ensino, pesquisa e extensão. Neste caso, os apoios da Capes e do Ministério da Educação, por exemplo, são suporte fundamentais para a concretização deste desenvolvimento, coloca Silvana. “Neste caso, por meio da bolsa Capes Print, será possível passar um período de estudos e experiências no Centre de Musique Baroque de Versailles, na França, um centro que é referência de música do barroco francês. Esta proposta inclui observações do trabalho do artista Marin Marais, em continuidade a análises realizadas em uma de suas partituras, da ópera Ariane et Bacchus, que foi primeiramente apresentada na UFPR, depois em uma exposição em Chicago, e em Paris, onde foi gravada em CD, pelo regente Hervé Niquet, e demais parcerias com musicólogos franceses. Neste período de intercâmbio, o foco será no desenvolvimento enquanto pesquisadora e performer.”
Trata-se, como ressalta Silvana, de um movimento que inclui o fortalecimento das ações extensionistas da Universidade, sua potência para investir em práticas educacionais e sociais, que levam o nome da UFPR para cenários diversos, como o reconhecimento internacional, neste caso; além de permitir uma troca de saberes, experiências e saberes compartilhados. “É uma grande satisfação esta entrada, com a visibilidade do Lamusa no Centro de Versailles. Com certeza, este período vai aumentar sua relação com o Brasil, por meio da ampliação do desenvolvimento da música critica e antiga, que ainda não é muito encontrada no país. A ideia, então, é compartilhar este conhecimento, este estudo, para posteriores pesquisadores, e trazer este conhecimento para o Brasil, o que será muito valioso”, ressalta.
Para acompanhar as atividades do Lamusa, participar e compartilhar suas ações, acesse: https://lamusalab.wixsite.com/lamusa.
