Por Flavia Keretch, sob supervisão de Daniel Felipe
O projeto de extensão “Se as paredes da UFPR falassem”, sediado na Clínica de Direitos Humanos da UFPR, existe desde 2017 e parte da necessidade de compreender e dar visibilidade às formas de Violência Baseada em Gênero (VBG) no ambiente universitário. A proposta central do projeto consiste em dar voz às experiências vividas dentro da universidade, transformando relatos individuais em dados ordenados capazes de revelar a real dimensão e a gravidade do problema.
A professora de Direito e organizadora do projeto, Taysa Schiocchet, explica que a pesquisa é necessária para identificar padrões e espaços de maior vulnerabilidade, com a finalidade de, futuramente, embasar ações concretas e até mesmo políticas institucionais de prevenção e enfrentamento ao problema.
“Considero que um dos grandes desafios para a comunidade universitária é ter esse mapeamento empírico de modo a subsidiar ações concretas mais eficazes na prevenção e enfrentamento desses casos”, informa Schiocchet.
A pesquisa é organizada através de um formulário, que ficará aberto até o final do ano letivo de 2025, para toda comunidade – corpo discente, docente e servidores(as) da UFPR. É possível conhecer mais sobre o projeto no site da Clínica de Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (CDH-UFPR). Para fins de realização, a análise dos dados coletados ocorrerá entre setembro e outubro de 2025.
Após a análise, pretende-se sugerir a adoção de medidas concretas e acessíveis à comunidade da UFPR, bem como executar ações como rodas de conversa, campanhas de sensibilização e oficinas sobre aspectos legais. A professora explica ainda que o projeto vislumbra utilizar os dados para elaborar projetos de Lei voltados a instituir políticas institucionais obrigatórias de combate à Violência Baseada em Gênero no ambiente universitário, da redes privada e pública estadual de ensino.
Sendo um projeto de extensão, o foco do “Se as paredes da UFPR falassem” é mapear os casos de violência dentro da universidade. Ou seja, não tendo, assim, a finalidade de denunciar ou de fazer encaminhamentos administrativos. De acordo com a professora, as informações serão analisadas a fim de compreender a realidade institucional e orientar ações de conscientização e prevenção. “Acima de tudo, esse é um projeto que é considerado um espaço de fala seguro” complementa Schiocchet.
A Violência de gênero pode ser definida como qualquer agressão (física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial) que uma pessoa sofre devido ao seu gênero ou orientação sexual, não sendo necessariamente direcionada apenas a mulheres, embora elas sejam historicamente as principais vítimas.
Os tipos de violência podem ser identificados por: física, com agressões à integridade corporal; psicológica, com ameaça, coerção, manipulação, controle e degradação; sexual, com a realização de atos forçados, constrangimento ou limitação de direitos sexuais e reprodutivos; patrimonial, onde ocorre a retenção, a subtração ou a destruição de bens e recursos; e, por fim, a moral, que envolve calúnia, difamação ou injúria.
Em 2015, uma pesquisa sobre o tema “Violência contra a mulher no ambiente universitário” (Data Popular/Instituto Avon) revelou que 67% das entrevistadas afirmaram ter sofrido algum tipo de violência — sexual, psicológica, moral ou física — praticada por um homem dentro das universidades brasileiras. O resultado evidencia a importância de estudos que aprofundem essa problemática.
Em caso de violência contra a mulher, ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher. Canal criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, o serviço registra e encaminha denúncias de violência aos órgãos competentes. A denúncia pode ser feita de forma anônima. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.
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