Alunos do Departamento de Informática da UFPR foram selecionados para participar da Competição de Cluster de Estudantes do ISC-HPCAC (SCC), que acontecerá entre 25 e 27 de junho em Frankfurt, na Alemanha. O objetivo da competição é construir máquinas de alta performance com um limite de energia determinado.
A competição seleciona alunos do mundo todo. Até 12 conjuntos podem participar. Neste ano, oito foram selecionados. Compõem a equipe brasileira os estudantes Egon Nathan Bittencourt Araujo, Gabriel Cândido, Luiz Felipe Abrão Reis, Bruno Tissei, Giovanne Marcelo, Jedian Brambilla, orientados pelos professores Daniel Weingaertner e Marco A. Zanata Alves.
É a primeira vez que um grupo da UFPR participa de uma competição desse nível. Os esforços para esse resultado vêm acontecendo desde o ano passado, quando o mesmo grupo participou de competições parecidas no Brasil. “Usamos outras maratonas como um treino, para ver como seria, e concordamos que se conseguíssemos um bom resultado o colocaríamos como base para inscrição e proposta nesta competição na Alemanha”, afirma Gabriel Cândido, integrante do grupo selecionado.
A competição
Ao longo de três dias, a Conferência recebe mais de 3 mil participantes. As equipes do SCC participam das sessões de conferência ISC High Performance e estarão rodeadas por mais de 160 expositores de todo o mundo.
A participação em uma competição mundial — além do currículo — traz desenvolvimento de habilidades críticas, relacionamentos profissionais e espírito competitivo. Mas o desenvolvimento profissional de cada um dos participantes não é a única vantagem presente na atuação do grupo nessa disputa.
O ISC High Performance traz vantagens para o Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) , para a Universidade Federal do Paraná, para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações — que financiará em parte a ida dos participantes para a Alemanha e o principal, resultados de impacto para a sociedade.
Ganhos
A participação dos meninos na competição traz para o grupo de pesquisa a possibilidade de seguir desenvolvendo softwares de nuvem — que não obrigam o usuário a baixá-los em seus computadores, já que permitem seu uso online.
Com a seleção para a competição surgiu a necessidade de ir em busca de um equipamento mais robusto — o cluster, que basicamente é um conjunto de computadores fortemente ligados que trabalham em conjunto. Esse equipamento permite que novos projetos e softwares sejam desenvolvidos e que a aplicação e o desenvolvimento dos mesmos seja cada vez mais rápida e fácil.
Assim, o C3SL, tem a possibilidade de criar novas pesquisas no campo de processamento de alto desempenho, fechar novas parcerias e ainda, o mais importante, desenvolver mais e melhor os projetos já existentes dentro do grupo de pesquisa.
Projeção
Para a UFPR, a participação na competição traz projeção internacional. Além disso, em função disso a universidade passou a ofertas disciplinas que não existiam antes do aceite nessa competição, pelo Departamento de Informática, como- Tópicos em Análise de Desempenho
A disciplina, ofertada na graduação e na pós-graduação, aborda aspectos teóricos e práticos de configuração e otimização de infraestrutura computacional de grande porte. Os membros da equipe aceita além de outros 5 alunos matriculados na disciplina trabalham na instalação, configuração e teste de diversos programas utilizados para análise de desempenho de computadores de grande porte.
“Nessa disciplina os alunos aprendem a ajustar a máquina, configurar programas, equipamento, e atender da melhor forma problemas de computação científica que possam surgir”, afirma Daniel Weingaertner, orientador do grupo na competição•
Ministério
A equipe viaja custeada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) aceitou financiar a ida e o desenvolvimento dos participantes por diversos motivos. O principal deles é o benefício possível a projetos — em que a parceria entre o MCTIC e o C3SL já acontece — como o Cidades Digitais.
Para manter o projetos que levam tecnologia, inclusão e democratização da informação à cidades pequenas do Brasil, é necessário manter o parque computacional que dá suporte a esse projeto — o do C3SL — em desenvolvimento.
O aceite na competição, dessa forma, leva os alunos participantes a gerarem pesquisas e desenvolvimento para o parque, produzindo relatórios que levam os projetos adiante.
“É a universidade, por meio de um grupo de pesquisa, o C3SL, devolvendo investimentos públicos para a sociedade”, afirma Marcos Sunye, diretor do Setor de Ciências Exatas da UFPR.
Por Melora Moura