Equipe do Senado Federal visita o grupo de pesquisa GPMIn da UFPR

01 julho, 2024
15:35
Por Bruna Soares
Ciência e Tecnologia

O Grupo de Pesquisa em Macromoléculas e Interfaces (GPMIn) do Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR) recebeu na última quinta-feira (27), uma equipe do Núcleo de Preservação de Acervos Físicos do Senado Federal. 

Equipe do Senado Federal no Laboratório de Química da UFPR. Foto: Leonardo Bettinelli

Há dois anos, o grupo desenvolve um hidrogel que tem demonstrado excelentes resultados para a preservação de materiais de alto valor artístico e histórico, como medalhas e documentos. O hidrogel é à base de pectina cítrica para aplicação em conservação e restauro de bens culturais. A professora Izabel Cristina Riegel Vidotti, que é líder do GPMIn, nos conta  detalhes cruciais dessa trajetória. 

“A pesquisa  começou a ser desenvolvida há dois anos aqui no laboratório por meio de um projeto de pós- doutorado da Isabel e a gente tem observado esses resultados bastante promissores. Quando a gente começa um projeto a gente tem metas e a gente visualiza onde a gente quer chegar, mas só colocando a mão na massa que a gente vê a potencialidade desse material”, disse. 

O hidrogel surge a partir de uma fonte natural, a base de polissacarídeos. A professora Izabel comenta que um dos polissacarídeos que está sendo usado pelo laboratório, é a pectina do maracujá. “O maracujá é bastante brasileiro e nós somos o maior produtor de suco de maracujá do mundo e a gente vê os resíduos, o bagaço do maracujá podendo ser aproveitado de outra forma. A gente tem uma expectativa que possa realmente chamar a atenção para esse material e que se organize algumas cadeias produtivas que possam fazer esse aproveitamento”. 

Foto: Leonardo Bettinelli

Isabel Spitz, aluna de pós-doutorado do GPMIn,  ajudou a desenvolver a linha de pesquisa de hidrogéis. Ela  explica as vantagens da aplicação desse hidrogel em comparação aos demais já existentes no mercado.

“Esses hidrogéis têm a capacidade de promover a higienização de superfícies de obra de arte e com a incorporação de solventes e outros materiais, nós podemos fazer a remoção de substâncias que não sejam desejadas também nessas superfícies de obras de arte. O diferencial disso tudo é que usamos um material totalmente biocompatível, biodegradável feito a partir de bagaços de frutas. Nós fazemos um tratamento de purificação desse bagaço para que possamos usar para essa aplicação. Eles são géis transparentes e conseguimos controlar a forma como ele está reagindo ao material e onde está sendo colocado”, explicou. 

Raul Stropp Wunder é aluno de iniciação científica do grupo de pesquisa. Com apenas 17 anos e no curso técnico de petróleo e gás da UFPR, ele é o integrante mais novo do GPMIn e já desempenha um papel fundamental nas atividades do grupo. A experiência acumulada nos dois campos tem sido um diferencial na sua formação.  “Tem sido espetacular porque ainda tô no ensino médio e conversar com pessoas da graduação, da pós-graduação e com professores super capacitados agora com o pessoal do senado ainda porque nem imaginava que ia acontecer isso e é muito legal mesmo”, comentou Raul. 

Raul ainda pontua que com a vivência que tem experimentado, ele consegue observar um pouco do trabalho da Química e da Engenharia Química, facilitando assim, a escolha que irá seguir na graduação. 

O projeto em questão é inovador e com grande potencial de aplicação, além de despertar o interesse para os envolvidos, uma vez que o Senado Federal possui um dos acervos mais importantes sobre a história do nosso país, tanto documental quanto artístico. 

O núcleo responsável pelas ações de conservação e restauro do acervo do Senado Federal se chama NPRESERVA, e  segundo eles, a visita ao GPMIn da UFPR superou todas as expectativas.  

“A nossa expectativa foi superada e nós buscamos referência para nos capacitar para exercer melhor o nosso trabalho. Nós viemos pra cá pra buscar maior conhecimento e trocar alguma experiência sobre a nossa realidade de restauração e a nossa expectativa foi superada”, pontua Roberto Ricardo Carlos Grosse Junior Arquivista e Gestor no NPRESERVA do Senado Federal.

Foto: Leonardo Bettinelli

Roberto ainda acrescenta: “Hoje nós temos esse núcleo de preservação do acervo físico que engloba todo o acervo do museu, arquivo e biblioteca. O arquivo do Senado Federal possui hoje aproximadamente oito mil metros lineares de documentos históricos e já catalogados três mil itens musealizados, e aproximadamente oito mil títulos da biblioteca”.

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