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FUNPAR inaugura espaço para atender portadores de Síndrome de Down

25 março, 2008
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Mais conhecida pelo trabalho de fomento à pesquisa da universidade ou pelos três hospitais universitários que viabiliza, a Fundação da UFPR passa agora a marcar forte presença também na área social. É o Projeto “Dom & Down”, aberto oficialmente na manhã desta segunda-feira, 24, e que vai promover a inclusão socioeducacional de 80 crianças, de quatro a nove anos, com Síndrome de Down.

Instalada na Casa Amarela da Fundação, na Rua XV de Novembro, 1497, o projeto atenderá preferencialmente as crianças encaminhadas pela Associação Reviver Down, que são assistidas no ambulatório de Síndrome de Down do Hospital de Clínicas. O HC atende essa clientela há 12 anos, num projeto pioneiro de atendimento à saúde e a iniciativa da FUNPAR agora vem complementar a série de outras necessidades essenciais para as crianças . Na Casa Amarela, elas terão contato com atividades artísticas, musicoterapia, jogos educativos, artesanato, informática, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia, entre outros. Os ambientes da Casa Amarela foram totalmente reformulados para o atendimento das diversas atividades que poderão ser individualizadas ou em grupo. Há ainda espaços para o atendimento das mães e das famílias das crianças e até um miniauditório para palestras educacionais.

Além de se preocupar com o desenvolvimento pleno da criança, o projeto quer também prepará-la para uma vida autônoma. “É um projeto ousado e responsável”, definiu Paulo Bracarense Costa, diretor superintendente da FUNPAR e coordenador da Casa Amarela. Explicou também, que além de buscar essa autonomia para a criança, o projeto tem a finalidade de promover o seu desenvolvimento para que possam freqüentar o ensino regular com mais condições e ainda possibilitar que no futuro os jovens possam ser inseridos no mercado de trabalho.

O reitor Carlos Augusto Moreira Júnior, que é médico, inaugurou o Projeto falando que sempre aprendeu muito com seus pacientes portadores de SD. Ele é oftalmologista e explicou que os portadores da Síndrome de Down invariavelmente têm problema ocular. “São crianças corajosas, que não têm medo de dar amor”, disse Moreira, afirmando que o projeto da FUNPAR não poderia ser mais includente. Moreira aproveitou a oportunidade para falar da importância daquela fundação, enfatizando que os três hospitais – HC, Maternidade Victor do Amaral e Hospital do Trabalhador não funcionariam sem a FUNPAR.

No Brasil, a cada oitocentos nascidos vivos, um tem Síndrome de Down. Em Curitiba, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, nascem em média 36 crianças com Síndrome de Down a cada ano, ou três novos casos a cada mês, dados que mostram a relevância do projeto “Dom & Down”. A Casa Amarela abriu de fato no dia 21 de março, instituído como Dia internacional da Síndrome de Down pela “Down Syndrome International” em alusão aos três cromossomos. Uma cerimônia religiosa foi realizada na sexta-feira, momento em que foi realizada uma bênção na Casa.

EXPECTATIVA ALTA – Altas expectativas nutrem as mães das crianças sobre esse novo trabalho da FUNPAR. Ivete Gomes de Castro tem dois filhos com a Síndrome: Izabel com 10 anos e Tiago com dois e sete meses. Sua maior esperança é de que a filha se desenvolva ainda mais em razão do trabalho individualizado que terá. “Aqui eles aprenderão mais, serão mais livres e independentes, prontos para a inclusão no mundo lá fora”, disse. Ivete comentou que os tempos já melhoraram muito de dez anos para cá, os profissionais estão mais especializados, mas que ainda são muito grandes as barreiras. “Aqui vão trabalhar bastante a parte motora que às vezes é até mais importante que a fala”, conclui.

Assim como Ivete, Ana Cristina Ferreira Ramos, mãe de Luiz Henrique com oito anos, é uma entusiasta do projeto. Luiz Henrique conta com o atendimento especializado no HC desde que nasceu e Ana diz que sem o trabalho dos profissionais da UFPR tudo seria muito mais difícil. “Este local vai facilitar muito”, afirma, dizendo que seu filho tem muitas dificuldades na fala e como é bastante comunicativo, terá na terapia educacional uma oportunidade única. “Essa Casa veio em boa hora, vou espalhar para os amigos”, informa, referindo-se às pessoas que têm portadores de SD na família.

Foto(s) relacionada(s):


Atividade de Artes do Projeto Dom & Down
Foto: Izabel Liviski


Reitor abre oficialmente o Projeto
Foto: Izabel Liviski


Ivete Gomes de Castro e os filhos Izabel e Tiago
Foto: Izabel Liviski

Foto: Izabel Liviski

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Fonte: Leticia Hoshiguti

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