Filosofia no Vestibular é tema de capacitação

Além de professores, representantes de escolas, cursinhos e comunidade interessada no assunto puderam participar de um amplo debate promovido pelo departamento no mês de setembro. O público, estimado em 350 pessoas – entre estudantes, professores, diretores de escolas de ensino médio e cursinhos pré-vestibular – compareceu para entender melhor como será a inclusão da prova de Filosofia no processo seletivo.

A mesa-redonda contou com a participação dos professores Emmanuel Appel, representante do Departamento de Filosofia/UFPR; Telma Birchal, representante da Comissão de Filosofia no Vestibular da UFMG; Vera Karam de Chueiri representante do curso de Direito/UFPR; Claudete Reggiani, coordenadora do curso de Medicina/UFPR; e Ademir Aparecido Pinhelli Mendes, representante do Departamento de Ensino Médio da Secretaria Estadual de Educação, além do deputado estadual Ângelo Vanhoni, autor da lei estadual que torna obrigatória a oferta das disciplinas de filosofia e sociologia nas escolas de Ensino Médio.

“Os expositores procuram informar a comunidade sobre as motivações pedagógicas e culturais para a inserção da filosofia no elenco das provas específicas do vestibular da UFPR, a partir deste ano”, informou o professor Eduardo Barra, do Departamento de Filosofia. Coube ao representante do Departamento de Filosofia, professor Emmanuel Appel, apresentar o programa escolhido para prova de filosofia no vestibular da UFPR, além de esclarecer sobre os parâmetros que nortearam a formulação do programa.

A experiência da UFMG na aplicação da prova de Filosofia nos seus vestibulares para os cursos de Direito e Filosofia foi apresentada pela professora Telma Birchal, que destacou a importância da escolha de textos filosóficos na composição do programa de Filosofia e as mudanças no perfil dos estudantes que ingressaram no curso de Direito após a inclusão da Filosofia (com o aumento do número de estudantes egressos das escolas públicas).

As representantes dos cursos de Direito e Medicina Vera Karam e Claudete Reggiani, expuseram as razões que levaram esses cursos a optar pela prova de Filosofia na segunda fase do Vestibular. Elas enfatizaram o papel da Filosofia na preparação dos seus futuros estudantes, despertando-lhes para as habilidades intelectuais indispensáveis à formação de futuros profissionais em sintonia com os desafios humanitários e tecnológicos do nosso tempo.

O representante da Secretaria Estadual da Educação, Ademir Pinheli, falou dos esforços do Governo Estadual para oferecer a disciplina de Filosofia ao maior número de estudantes no Estado, esforços esses que resultaram na publicação do Livro Didático Público de Filosofia, colocado a disposição de todos os estudantes da rede pública estadual.

O debate mostrou a grande mobilização que a decisão da UFPR de incluir a filosofia no seu vestibular desencadeou nas escolas, despertando o interesse de toda a comunidade pelas questões culturais e intelectuais levantadas pela Filosofia. “Tudo isso denota um quadro bastante distinto dos anos que se seguiram às mudanças implementadas na educação nacional sob o regime militar, quando a filosofia, por sua vocação intrínseca para o pensamento crítico e emancipador, esteve excluída das escolas”, concluiu o professor Eduardo Barra.

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