“Não pode haver lugar melhor para guardar o corpo de um homem que sempre apoiou e investiu na educação dos filhos, do que a Universidade, pois crescemos ouvindo nosso pai dizer que o conhecimento é a coisa mais importante que uma pessoa pode ter”. Com essas palavras, as três filhas de Luiz Darci Miglorini, ex-morador de Ponta Grossa e vítima da Doença de Huntington (distúrbio neurológico raro), justificam a doação do corpo do pai ao Setor de Ciências Biológicas da UFPR.
A doação permitirá que alunos dos cursos das ciências da saúde e biológicas façam as aulas práticas de anatomia em corpo humano dissecado, condição ideal já que nenhum modelo artificial propicia igual qualidade em termos de aprendizado. A ideia da doação do corpo partiu da filha Elaine Miglorini, aluna de Medicina na Universidade Estadual de Ponta Grossa. Ela conta que após consultar a mãe e as duas irmãs, a decisão foi tomada imediatamente, pois toda a família julgou que a doação era uma forma de homenagear o patriarca Luiz Darci e, ao mesmo tempo, contribuir nos estudos científicos.
Trâmites legais
A legislação brasileira determina, através da Lei n° 8.501/1992, que o cadáver não reclamado perante as autoridades públicas no prazo de trinta dias, pode ser destinado às escolas de medicina para fins de ensino e de pesquisa de caráter científico. Outra forma de doação de corpos para este fim pode ser feita de maneira voluntária, pelo próprio indivíduo, que faz a opção em vida, ou por familiares, após sua morte.
De posse dessas informações, a família de Luiz Darci, após cumprir os entraves burocráticos para doação do corpo, solicitou orientação a Hélio Tevi, professor da UFPR e médico neurologista que atendeu o então paciente, sobre os procedimentos necessários para que a Universidade recebesse a doação. Quando um corpo é doado para a UFPR, o primeiro contato é feito na secretaria do Departamento de Anatomia. Neste caso, a intermediação foi feita pela professora Djanira Veronez e o técnico em Anatomia e Necropsia Rodrigo Schuh.
Segundo Rodrigo, vários entraves foram registrados, entre eles, o transporte do corpo já que a Central de Transportes não tem autorização para este fim; e dificuldade para liberação dos documentos porque todos os membros da família deveriam assinar a autorização (uma das filhas reside no exterior e a vinda ao Brasil demandou tempo). O técnico comentou que, apesar das dificuldades, vale a pena todo o empenho, pois a ciência necessita dessas doações. Desde 2009, ano em que ingressei no laboratório, lembra Rodrigo, é a quarta doação que o Departamento de Anatomia do Setor de Ciências Biológicas da UFR recebe. “Eu também gostaria que meu corpo fosse doado”, comenta Rodrigo.
Informações sobre a legislação e o processo que ampara a doação de corpos para a pesquisa estão disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Anatomia. http://www.sbanatomia.org.br
Celsina Favorito, com informações de Evelin Balbo.
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