A comunidade acadêmica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) é uma das que será ouvida pelo Estudo Brazuca, projeto de pesquisa que pretende investigar como as comunidades de cinco universidades brasileiras estão se alimentando e demais hábitos de vida durante a pandemia de Covid-19. O projeto conta com a participação do Departamento de Nutrição da UFPR e divulgou um questionário para ajudar no levantamento (acesse aqui). Podem participar alunos e servidores (técnicos e docentes) da universidade.
Segundo o projeto, o objetivo da pesquisa é avaliar a insegurança alimentar, uso de álcool, sono, qualidade da dieta, peso e saúde mental na comunidade acadêmica. Não é preciso se identificar para responder o questionário. A meta para a UFPR é atingir 550 participantes no mínimo.
Além da UFPR, serão analisados os hábitos das comunidades da Universidade de São Paulo (USP) e das federais do Rio Grande do Norte (UFRN), Mato Grosso (UFMT) e Acre (UFAC).
“Como cada município definiu estratégias diferentes de enfrentamento à pandemia, e considerando as grandes disparidades socioeconômicas no país, espera-se encontrar diferenças entre os locais, uma vez que as condições socioeconômicas impactam as ferramentas que as pessoas possuem para lidar com os resultados da pandemia”, diz a professora Doroteia Aparecida Hofelmann, que coordena a pesquisa no departamento da UFPR.
Dessa forma, as regiões com menos recursos devem sentir mais o impacto da pandemia, mas as desigualdades também devem ser percebidas no interior de cada comunidade. “A diversidade de municípios, e grupos da sociedade representada na comunidade acadêmica da UFPR, somada aos resultados das demais instituições participantes irá fornecer informações importantes sobre a situação”.
Levantamento
Com base em estudos já divulgados, os pesquisadores trazem como hipóteses a piora da saúde mental e física da comunidade acadêmica devido à pandemia. Contribuem para isso alterações no sono, nível de atividade física, sobrecarga em atividades domésticas e relacionadas ao cuidado de crianças e moradores idosos, hábitos alimentares, redução dos recursos financeiros, insegurança alimentar, dentre outros aspectos.
Outro ponto sensível é a disparidade do acesso à tecnologia (com impacto no andamento dos estudos) e a crise econômica, também capazes de afetar a saúde geral da população. No Brasil, alguns estudos evidenciaram associação entre condições de trabalho, exigências profissionais e problemas de saúde em docentes universitários brasileiros.
A ideia de investigar a insegurança alimentar e os hábitos de vida durante a pandemia surgiu como adequação ao período. O projeto original visava levantar dados nacionais em visitas domiciliares e teve de ser interrompido. De acordo com os pesquisadores, as atividades serão retomadas quando a emergência sanitária e o cenário epidemiológico estiverem controlados.
Segundo Sandra Crispim, também docente de Nutrição da UFPR e pesquisadora no estudo, o objetivo central do estudo é analisar as diferenças e similaridades na ingestão dietética habitual e seus efeitos na obesidade, diabetes e nos fatores de risco para doenças cardiovasculares da população adulta e idosa nos municípios de Cuiabá, Curitiba, Natal e Rio Branco.
SERVIÇO
Estudo Brazuca, projeto de pesquisa em parceria entre UFPR, UFAC, USP, UFMT e UFRN
Como participar: acesse e responda o questionário online neste link
Quem pode participar: servidores (técnicos e docentes) e alunos das universidades participantes
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