“O visto é carvão de fogo/ pode aquecê-lo como uma pimenta/ é a prova que pode te levar/ onde a vida destila mel. O visto é porta aberta/ Quando a noite quer matar sua esperança”
O trecho acima pertence ao poema do haitiano Carlile Max Cerilia e foi um dos textos apresentados pelo projeto “Literatura de Refúgio” nesta quinta-feira (26), no pátio da Reitoria. O irmão de Carlile, Russel Cerilia, estudante do curso de Administração da UFPR, declamou a poesia na língua crioula.
“Meu irmão escreve sobre a nossa situação de refugiado. Para mim, essa ferramenta da humanidade, que é a literatura, é a melhor coisa que o ser humano pode compartilhar”, afirma Russel.
O haitiano Russel Cerilia cursa o 1º ano do curso de Administração da UFPR. Fotos: Marcos Solivan
A atividade integra a programação do 1º Festival UFPR de Ciência, Cultura e Inovação. Quatro estudantes de diferentes cursos apresentaram as poesias em suas línguas maternas – árabe, espanhol, francês e crioulo – e quatro professores e pós-doutorandos fizeram a leitura das traduções inéditas dos textos em português. O Literatura de Refúgio é uma das atividades culturais do projeto de extensão do curso de Letras da UFPR “Português Brasileiro para Migração Humanitária”.
“Nossa proposta é que o público compreenda como é quando os migrantes e refugiados chegam em outro país, a sensação que eles têm de escutar o português o tempo todo sem entender nada”, afirma Bruna Ruano, professora do curso de Letras e organizadora da atividade. “Ao mesmo tempo, trazemos a valorização dessas línguas, essa pluralidade de vozes e culturas que temos na UFPR”.
O público recebeu as versões das poesias originais e traduzidas.
O projeto proporciona o acolhimento linguístico, cultural e social de migrantes e refugiados em Curitiba e região. Desde 2016, o Literatura de Refúgio promove rodas de leitura envolvendo migrantes, alunos e professores de Letras e a comunidade em geral para debater, por meio da literatura, questões sobre o deslocamento forçado de pessoas pelo mundo.
A coordenadora do Programa Política Migratória e Universidade Brasileira (PMUB), que contempla o projeto Português Brasileiro para Migração Humanitária, e representante da Cátedra Sérgio Vieira de Mello na UFPR, Tatyana Friedrich, avalia que o Festival UFPR realça a interculturalidade. “O evento proporciona o diálogo das várias culturas sem sobrepor uma sobre a outra, de forma de haja essa troca e que todos aprendam”.
Ao ritmo da salsa
Após a apresentação dos poemas, o estudante do curso de Engenharia Civil da UFPR, Guillermo Castillo, colocou o público para dançar com a oficina de Salsa.
Há dois anos no Brasil, Castillo conta que aprendeu a salsa em uma academia na Venezuela – seu país de origem. “Quando precisei mudar para cá, achei que não dançaria mais. Para minha surpresa, encontrei um grupo que também dança e eu gosto muito. Eu trouxe essa dinâmica para que todos participassem”.
“Isso mostra que nossos alunos da UFPR têm muito a contribuir. Eles não vêm apenas aprender na universidade, mas também trazer o próprio conhecimento e cultura”, conclui Tatyana.
Clique aqui e confira a programação completa do 1º Festival UFPR de Ciência, Cultura e Inovação.
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