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Estudantes de ensino médio visitam núcleo da UFPR que pesquisa energia renovável

02 junho, 2017
13:07
Por Lais Murakami
Ensino e Educação

Alunos do ensino médio do Colégio Estadual Pinheiro do Paraná realizaram, na última quinta-feira (1), uma visita guiada aos laboratórios do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Autossutentável (NPDEAS) da UFPR. A visita foi guiada por professores e alunos de mestrado, doutorado, graduação e técnico profissionalizantes com o intuito de apresentar os setores e as pesquisas realizadas na universidade com foco em Energia Renovável, Biotecnologia e Meio Ambiente.

De acordo com o professor do Departamento de Engenharia Elétrica e Gerente de Programas do Núcleo, André Bellin Mariano, a visita faz parte do projeto de extensão Ciência para Todos, que oportuniza o passeio de alunos de Ensino Fundamental e Médio às instalações do NPDEAS, bem como explicações e orientações a respeito das pesquisas e processos desenvolvidos, além de palestras em escolas. “O programa existe oficialmente desde 2016, porém em 2010 já havia escolas que realizavam essa atividade. Criamos esse projeto para possibilitar que os alunos de graduação levem aquilo que desenvolvemos na academia para a sociedade”, explica Mariano que acredita na importância de a comunidade perceber a relevância da universidade e conhecer os trabalhos por ela realizados.

O tour levou os alunos a diversos laboratórios e unidades do Núcleo. No Laboratório de Biotecnologia, por exemplo, os adolescentes puderam observar as microalgas nos microscópios e a maneira como é realizada a separação desse material. Na Sala de Cultivo eles viram como as microalgas são produzidas em laboratório, tiveram orientações sobre fotossíntese e divisão celular, entre outras experiências. Já no Laboratório de Biodiesel foi possível acompanhar a produção de biodiesel feita, em um pequeno frasco, para que eles observassem as características do produto. “Explicamos os processos de reação química, de catálise, de densidade dos líquidos e de que forma esses processos são utilizados para separar o combustível posteriormente”, conta Mariano.

Além da visita às várias unidades, os alunos também participaram de experiências com eletricidade e magnetismo, realizadas pelos alunos de Engenharia Elétrica integrantes do projeto de extensão Eletrizar. Ao final do passeio, os adolescentes conheceram os fotobiorreatores em escala de engenharia. “Ali eles puderam fazer um contraponto do que viram dentro do laboratório – em escala laboratorial – e compreenderam os desafios disso ser realizado em grande escala”, diz o professor.

Foto: Marcos Solivan / Sucom UFPR

A professora de Biologia do Colégio Pinheiros, Vagna Aparecida Munhão, acompanhou a turma nesta atividade e conta que teve essa iniciativa para tentar sanar uma deficiência que encontrava em sala de aula. “Os alunos tinham um pouco de dificuldade em identificar microalgas, justamente por elas serem invisíveis a olho nu. Eu precisava buscar uma forma de aproximar a realidade disso para o cotidiano dos alunos, ajudando-os a encontrar os significados”, explica.

De acordo com a professora, ao voltarem para o colégio, os alunos continuam realizando trabalhos baseados no tema. “Eles vão buscar a diversidade de microalgas que existe, a aplicabilidade disso no mercado, o retorno financeiro, etc. Aqui temos uma equipe multidisciplinar, da mesma forma que em minha sala tenho diversos sonhadores que farão nosso amanhã, mas desde já podem ver as aplicações da ciência em diversos campos”, relata Vagna.

A aluna do segundo ano do Ensino Médio, Aline Borzek, comenta que achou a atividade muito interessante, pois conheceu diversas coisas que nunca havia imaginado. “Gostei principalmente da parte relativa ao biodiesel e das experiências que fizeram”, diz a estudante que cogita fazer graduação na área de Ciências Biológicas. “Na escola aprendemos o conteúdo, porém é difícil visualizar devido à falta de estrutura. Olhar as coisas acontecendo na prática facilita o entendimento, além de podermos tirar dúvidas com esses profissionais”.

Segundo Mariano, a ideia do Ciência para Todos é divulgar cada vez mais para a sociedade as pesquisas da universidade e poder mostrar o quão relevante a instituição é cientificamente, sendo importante, inclusive, para atrair recursos para o estado. “Precisamos despertar o interesse pela ciência nesses alunos, para que tenhamos mais cientistas no futuro. No Brasil, temos necessidade de profissionais altamente qualificados e interessados pela pesquisa para não ficarmos sempre dependendo do exterior”, conta o professor que gostaria muito de, posteriormente, saber que graças à visita realizada no Núcleo, um aluno se interessou em se graduar na área e a trabalhar no NPDEAS.

Diego D’Agostin é um exemplo de que conhecer os projetos realizados pela universidade inspira e motiva a escolha da carreira. Ele foi aluno do Ensino Médio Técnico de Petróleo e Gás e estagiou no NPDEAS ainda quando a unidade estava se formando, em 2008. Já graduado em Controle de Automação, agora D’Agostin realiza mestrado na UFPR com um projeto diretamente ligado ao que aprendeu aqui. “Quando estagiei aqui trabalhei na parte de secagem da biomassa. Atualmente, meu projeto tem a ideia de utilizar a automação para fazer um cultivo de regime contínuo viabilizando o melhor aproveitamento da produtividade da biomassa”, relata. 

Foto: Marcos Solivan / Sucom UFPR

O Ciência para Todos tem como público-alvo alunos, funcionários e professores de escolas do ensino fundamental, médio e profissional. Para agendar as visitas, basta que a instituição entre em contato com o programa por meio do site do NPDEAS. A atividade não tem custo nenhum para a escola e, normalmente, é realizada uma visita por mês. “Também oferecemos a possibilidade de ir às escolas para fazer palestras sobre o tema e participar de semanas acadêmicas em universidades”, finaliza Mariano.

Confira as fotos da visita no Flickr da UFPR. Para mais informações, acesse as páginas do NPDEAS:
Facebook Ciência para Todos
Facebook NPDEAS

Site NPDEAS
Site Ciência para Todos

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