Estudantes cotistas alcançam maior taxa de conclusão na UFPR em 2023

19 novembro, 2024
13:19
Por Gabriel Maia
UFPR

Os estudantes que ingressaram na Universidade Federal do Paraná (UFPR) por meio do sistema de cotas alcançaram, em 2023, uma taxa de conclusão superior à dos não cotistas. O dado reflete os resultados divulgados pelo Censo da Educação Superior 2023, realizado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

De acordo com o Censo, 51% dos alunos cotistas da rede federal concluíram a graduação no ano, enquanto entre os não cotistas o índice foi de 41%. Um padrão semelhante foi observado no âmbito do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies): a taxa de conclusão dos beneficiários do programa atingiu 49%, contra 34% dos estudantes que não tiveram acesso ao financiamento.

Impacto das políticas de inclusão

A política de cotas, regulamentada pela Lei nº 12.711/2012 e atualizada em 2023, destina 50% das vagas das instituições federais a estudantes de baixa renda, além de incluir quilombolas, pessoas com deficiência e autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. A nova versão da lei também reforça que cotistas devem ser prioridade em ações de permanência acadêmica, como assistência financeira e suporte psicológico.

Na UFPR, os resultados têm se destacado. Em 2023, a universidade registrou uma taxa geral de conclusão de 57,4%, mas entre os cotistas esse índice foi ainda mais expressivo, alcançando 67,3%, frente aos 51,7% dos estudantes que não ingressaram pelo sistema de cotas.

“Esses números mostram o sucesso das políticas de cotas. Eles refletem que os estudantes cotistas não apenas ocupam suas vagas, mas conseguem concluir seus cursos com um desempenho admirável”, afirma o Pró-reitor de graduação Júlio Gomes.

Permanência e apoio acadêmico

Foto: acervo pessoal

A UFPR conta com iniciativas da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE) e da Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (SIPAD) para garantir o cumprimento das diretrizes da Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). Esses esforços buscam reduzir a evasão acadêmica por meio de bolsas, auxílios e suporte psicológico.

Patrick Rodrigues, formado em Design de Produtos, é um exemplo do impacto dessas ações. Ele ingressou na universidade por meio das cotas para baixa renda e destaca a relevância do auxílio da PRAE. “As políticas de permanência foram fundamentais para eu conseguir continuar na faculdade, especialmente em um curso que demanda muitos gastos com materiais e impressões”, relata.

Além do suporte financeiro, Patrick teve acesso a atendimento psicológico gratuito, o que ele considera um divisor de águas. “Estava num momento em que precisava muito fazer terapia, e foi pela PRAE que consegui. Esse apoio foi essencial”, completa.

Inclusão transforma vidas

Para Ana Laura, estudante de Medicina e cotista PCD, o impacto das cotas vai além do acesso. “Sem a lei de cotas, eu jamais teria conseguido entrar na universidade. Essas ações são fundamentais para garantir que todos tenham as mesmas oportunidades de acesso ao ensino superior”, afirma.

Foto: acervo pessoal

Primeira de sua família a conquistar uma vaga em uma universidade pública, Mayane Santos, estudante que ingressou por meio das cotas raciais e de renda, destaca a importância do sistema de cotas, mas também aponta a necessidade de avanços. 

“Atualmente, a lei de cotas é fundamental para permitir o acesso de alguns grupos ao ensino superior. Ela é uma ótima medida provisória. Mas ainda há a necessidade de mudança nas políticas públicas atuais para prover acesso à educação de qualidade”, reflete a estudante.

Os números e histórias reforçam a importância das ações afirmativas no Brasil, que não apenas democratizam o acesso às universidades, mas também criam condições para que os estudantes possam concluir seus cursos e transformar suas vidas.

Imagem destaque: Samira Chami Neves

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