Pós-doutorando da UFPR Vence o 7º Prêmio Jovem Inovador dos BRICS
Thiago Edwiges, pós-doutorando em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Federal do Paraná (PPGEBB/UFPR), conquistou o primeiro lugar da 7ª edição do Prêmio Jovem Inovador do BRICS, no 9º Fórum BRICS de Jovens Inovadores, realizado no final de novembro, na Rússia. O prêmio reconheceu sua pesquisa inovadora na área de biogás e biohidrogênio, um trabalho que visa a valorização de resíduos agroindustriais por meio da economia circular.
Thiago iniciou sua jornada acadêmica em 2009, com consultorias na área de produção de biogás, e desde 2014 vem aprofundando suas pesquisas com diferentes tipos de substratos, como dejetos animais e resíduos agroindustriais. Desde 2011 é professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no Campus Medianeira.
Em junho de 2024, deu início ao seu pós-doutorado, com a supervisão da professora Adriane Bianchi, no Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da UFPR. Seu projeto atual busca explorar a produção de biohidrogênio a partir de resíduos como o bagaço de cana-de-açúcar.
A pesquisa de Thiago gira em torno do tema “Aproveitamento de resíduos da cadeia sucroalcooleira por meio de diversos métodos de tratamento biológico no contexto de uma economia circular”.
O estudo propõe a utilização de resíduos agroindustriais, como o bagaço da cana, para a produção de biogás, biohidrogênio e outros bioprodutos, alinhando-se ao conceito de economia circular, que busca reduzir o desperdício e maximizar o uso de recursos.
A inscrição para o prêmio foi realizada por meio da Academia Brasileira de Ciências (ABC), em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que levou Thiago à Rússia. O prêmio exigia que os projetos estivessem em fase de desenvolvimento, mas ainda não comercializados. Thiago apresentou sua pesquisa sobre a produção de biogás e biohidrogênio, combinando sua experiência acumulada ao longo de 15 anos de trabalho na área.
O evento contou com a participação de 40 projetos de jovens cientistas de 8 países dos BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Egito e Arábia Saudita). Além de sua pesquisa inovadora, o diferencial de Thiago foi sua formação multidisciplinar, com graduação em Engenharia Ambiental e Economia, o que lhe permitiu apresentar também estudos de viabilidade econômica de sua proposta.
A professora Adriane Bianchi, responsável pela orientação de Thiago, destacou o comprometimento do pós-doutorando, ressaltando que seu esforço e experiência contribuíram para o êxito alcançado no evento. “O Thiago tem se dedicado à pesquisa com seriedade, e este prêmio é o reconhecimento de seu trabalho árduo e de sua contribuição para o avanço da ciência”, afirmou Adriane.
Este prêmio é mais uma conquista para o PPGEBB da UFPR, um programa de excelência reconhecido pelo conceito 7 da Capes. A participação de Thiago no 9º Fórum BRICS reforça a importância das pesquisas desenvolvidas pela UFPR relacionadas ao meio ambiente e a relevância da UFPR no cenário internacional. A professora Adriane também lembrou que o grupo de pesquisa da UFPR está engajado em áreas de inovação estratégica, como a economia circular, que busca transformar resíduos em bioprodutos, como biogás, biohidrogênio e fertilizantes, além de fomentar o desenvolvimento de novos processos e negócios.
Desenvolvimento sustentável e economia circular
O projeto de Thiago visa não apenas melhorar os processos produtivos, mas também contribuir para o desenvolvimento sustentável, criando novas oportunidades de negócios e geração de empregos na área de energias renováveis.
Histórico de premiações do Brasil
De acordo com Thiago, o Brasil tem um histórico notável neste prêmio. Em 2023, o país ficou em terceiro lugar, e em 2022, em segundo lugar. O Brasil também conquistou o primeiro lugar em 2021, destacando-se como um forte candidato nesse evento, fruto de uma seleção criteriosa e do talento de seus jovens cientistas. A vitória de Thiago neste ano segue uma tradição de sucesso e reforça a qualidade da pesquisa científica brasileira. “Em 2020, o Brasil não foi premiado, mas os resultados anteriores demonstram o alto nível das pesquisas e o potencial inovador do país no cenário internacional”, pontua Thiago.