O relato de experiência da egressa do Programa de Pós-Graduação Prática do Cuidado em Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (PPGPCS/UFPR), Ginaína Catia de Prá Oliveira, foi um dos selecionados no 2ª edital do “Laboratório de Inovação em Enfermagem: Valorizar e Fortalecer a Saúde Universal”. O prêmio é organizado pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil (OPAS/BRA). A cerimônia da premiação aconteceu nesta quinta-feira (26), em João Pessoa, na Paraíba.
As entidades premiaram oito experiências de Enfermagem que se destacaram pelo trabalho inovador desenvolvido no Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, 150 relatos de todo o país participaram do edital. A comissão organizadora definiu as experiências escolhidas após analisar, por meio de visitas técnicas, o potencial de replicabilidade, o caráter inovador, a relevância para a enfermagem, os resultados alcançados, entre outros pontos.
Uma das iniciativas foi desenvolvida a partir da dissertação de mestrado profissionalizante da enfermeira egressa Ginaína Cátia de Prá Oliveira, do PPGPCS, sob a orientação da professora Márcia Helena de Souza Freira e co-orientação da professora Daiana Kloh Khalaf. O objetivo da pesquisa foi o de contribuir com a prevenção da morbidade e mortalidade neonatal (até o 27º dia de vida), sobretudo a precoce, que ocorre até o 7º dia de vida a partir da qualificação da Visita Domiciliar (VD), por uma equipe de saúde, no município do interior do Paraná.
O interesse pelo problema surgiu a partir da experiência pessoal da egressa. Ginaína é enfermeira no município de Pitanga, localizado a cerca de 350 quilômetros de Curitiba, na região central do Paraná. Entre 2015 e 2016, atuou no Comitê de Investigação de Mortalidade Infantil e Fetal e se indagava com a ocorrência de óbitos infantis, que eram classificados, mediante a história do desfecho, como evitáveis: “O fato me preocupava e, por outro lado, me instigava a averiguar as lacunas da assistência à saúde que contribuíam para essa ocorrência”, conta.
A partir desse problema, a egressa buscou construir uma tecnologia que contribuísse para a mudança do cenário que observava, bem como ajudasse a melhorar a assistência à saúde do recém-nascido por meio da visita domiciliar. A chamada “Tecnologia Assistencial Primeira Visita Domiciliar ao recém nascido e família” é composta por um formulário de duas páginas com questões objetivas e distribuídas em seis blocos de informações: identificação, antecedentes obstétricos, parto/mãe/puerpério, amamentação, recém-nascido e condição atual da criança. além de apontar assertivamente as situações que indicam maior risco à criança, e telefones de contato para providências imediatas.
O material foi implementado no município de Pitanga e pode ser utilizado por qualquer profissional de saúde. A tecnologia foi aprovada pela gestão da época de realização da pesquisa e pelo Conselho Municipal de Saúde, por votação unânime, em reunião de 28 de junho de 2019. Os agentes comunitários de saúde receberam capacitação para a utilização do produto desenvolvido.
A professora orientadora da egressa, Márcia Helena de Souza Freire, destaca que os impactos da tecnologia desenvolvida foram sentidos tanto pelos profissionais da saúde quanto pela comunidade. “Pode-se também enfatizar a satisfação da população em sentir-se mais amparada e segura com a visita de agentes que levam saúde e informação, e também um olhar aguçado para os riscos que ameaçam a harmonia da família com seu recém-nascido”, afirma.
Prêmio de Enfermagem
O 2º edital do Laboratório de Inovação em Enfermagem foi aberto em 2021. O objetivo da ação era identificar as estratégias adotadas pelos profissionais da Enfermagem para o enfrentamento dos desafios do sistema de saúde, como exemplo a necessidade de ampliar o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde, melhorar a capacidade resolutiva dos serviços de saúde e da qualidade do cuidado ofertado, e reduzir custos e gastos em saúde.
A proposta era reunir conhecimentos inovadores sobre a prática da Enfermagem no Sistema Único de Saúde (SUS) para subsidiar e formular políticas públicas sustentáveis, contribuindo para a qualificação da categoria profissional.
Por Thiago Fedacz, sob supervisão de Bruna Soares
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