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Egressa da UFPR, fisioterapeuta da etnia Kaingang destaca-se em premiação de profissionais do ano

22 novembro, 2019
10:31
Por
UFPR

Roseli Loureiro de Mello. Foto: arquivo pessoal

Natural da terra indígena Nonoai, no Rio Grande do Sul, Roseli Loureiro de Mello é formada pelo curso de Fisioterapia pela Universidade Federal do Paraná. A profissional da etnia Kaingang especializou-se na área de fisioterapia pélvica uroginecologia funcional – área que engloba a uroginecologia, coloproctologia, urologia, sexologia e obstetrícia. Entre os estudos e a carreira profissional, foi um longo caminho até que ela se destacasse na cidade de 12,6 mil habitantes onde fica a aldeia em que reside.

A fisioterapeuta foi destaque na premiação de melhores profissionais do ano 2019, organizada pela Rádio Sul FM e pela Associação Comercial e Industrial de Serviço e Agropecuária de Nonoai. Feliz com a conquista, Roseli lembra que contou com o esforço de toda a família para alcançar os objetivos. “Não foi fácil chegar até aqui. Em plena geada eu ia para a escola com chinelo de dedo e comecei a trabalhar com 13 anos já que meus pais, apesar do incentivo, não tinham muita condição”.

Ainda estudante, Roseli mudou-se para Curitiba em 2011, quando ingressou no curso de Fisioterapia da UFPR. “Agradeço por fazer parte da UFPR que me acolheu muito bem, aos professores e colegas”, afirma.

Mesmo com as dificuldades, a fisioterapeuta enfrentou os desafios do mercado do trabalho e atualmente é proprietária de duas clínicas. “Saí chorando da minha primeira entrevista e estava desanimada com o salário. Mesmo com medo, fui persistente e montei meu próprio negócio”, conta a profissional que diariamente desloca-se da aldeia para trabalhar em Nonoai e no município de Chapecó-SC.

“A condição de indígenas impacta desfavoravelmente também no mundo laboral, em que o preconceito se reproduz. O fato da premiação decorrer de votação da população de Nonoai é de extrema relevância, representa o sucesso dos egressos indígenas”, afirma Francine Rocha, diretora-técnica do Centro de Assessoria e Pesquisa em Psicologia e Educação da UFPR (Ceappe), que desenvolve o projeto “Mediação: diferenças em conflito – interações étnico-raciais”.

O curso de Fisioterapia da UFPR foi inaugurado em 2005, obtendo avaliação 4 pela Capes naquele ano, em 2014 o curso foi reestruturado e acolhido pelo Setor de Ciências Biológicas.

 

Foto: arquivo pessoal

 

 

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