Diabetes mellitus gestacional (DMG) é, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma intolerância a carboidratos de gravidade variável que se inicia durante a gestação e não preenche os critérios diagnósticos de diabetes mellitus preexistente. Este é um quadro que apresenta dificuldades na interpretação e na realização do diagnóstico, o que motivou Waldemar Volanski, doutorando em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a desenvolver um aplicativo para minimizar estes problemas.
O d-GDM é uma ferramenta destinada ao auxílio do diagnóstico gestacional e foi desenvolvido para a utilização por profissionais de saúde devidamente habilitados. A gestante, por sua vez, terá a certeza de que o diagnóstico está sendo feito em conformidade com as diretrizes das entidades que normatizam o diagnóstico de diabetes gestacional.
A importância do correto diagnóstico do quadro consiste no fundamental tratamento a ser realizado, já que a falta dele gera na paciente uma grande quantidade de glicose circulante no sangue, resultando em inúmeros malefícios como a possibilidade de parto prematuro, infecção, necessidade de cesariana, a possibilidade de aborto e maior tempo de internação pós-parto. Tanto a mãe quanto o bebê, após o nascimento, podem sofrer com doenças metabólicas e diabetes.
“A glicose em excesso na circulação da mãe é transmitida via placenta para o bebê, que passa a produzir mais insulina. A insulina é um hormônio anabolizante, o que faz com que o feto cresça de forma exagerada, podendo chegar a sete quilos. Ao nascer, a criança começa a sofrer de hipoglicemia, pois continua produzindo grande quantidade de insulina e não tem mais o aporte extra da glicose suprido pela mãe via placenta”, explica o doutorando.
O tratamento compreende o controle da doença a partir da mudança de hábitos alimentares orientada por nutricionista especializado, prática regular de exercícios físicos de baixa intensidade e testes de monitoramento dos níveis de glicemia quatro vezes ao dia. Segundo Volanski, apenas uma pequena parte das gestantes não responde bem ao tratamento. “Nesse caso, a paciente deve fazer uso de hipoglicemiantes, como a insulina”.
O aplicativo
O aplicativo segue a filosofia KISS (Keep it simple stupid) e possui uma interface simples, sem campos para digitação para evitar a possibilidade da inserção errada de dados. Os usuários devem alimentar a ferramenta com dados obtidos por meio de exames laboratoriais. Para o desenvolvimento do aplicativo, quatro pessoas trabalharam durante três anos e 15 pessoas se envolveram em sua validação.
Segundo o idealizador, se o aplicativo for adotado por profissionais de saúde, o diagnóstico de diabetes gestacional terá mais facilidade em ser padronizado. “Eu fiz mestrado em Bioinformática e doutorado em Ciências Farmacêuticas com financiamento de agências de fomento à pesquisa. Todo recurso aplicado na pesquisa é oriundo de impostos recolhidos pela população, então penso que esse trabalho é uma retribuição a tudo que recebi”, comenta.
O d-GDM é gratuito e está disponível para Android na Google Play Store. Apesar de não estar disponível para IOS, o aplicativo também é viabilizado em versão web que pode ser utilizada por outros sistemas operacionais.
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