Conclave escolhe o primeiro papa latino-americano
Primeira aparição do Papa Francisco - Crédito: BBC
Depois de dois dias de conclave (do latim cum clave, que significa com chave) e de cinco votações, os 155 cardeais reunidos no Vaticano escolheram o sucessor de Bento XVI. Jorge Mario Bergoglio é argentino e jesuíta, o primeiro papa latino-americano da história e escolheu ser chamado de Francisco. Na Argentina, Bergoglio é conhecido pela ajuda aos pobres, aos programas sociais e por desafiar as políticas de livre mercado. O papa eleito respeita os homossexuais, mas é contra o casamento gay.
Com a missão de substituir um papa emérito, ainda vivo, Francisco terá de lidar com os problemas de administração interna da Igreja. Segundo o professor Sylvio Fausto Gil Filho, do Departamento de Geografia da UFPR e membro do Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião, a transição de Bergoglio ao papado será mais fácil. “Ele tem Bento XVI vivo para consultar. A figura do ex-papa continuará presente. Se não como ex-papa, como teólogo.”
Cardeal Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco - Foto: Katholisch
Além dos problemas internos, o novo papa terá como desafio buscar um diálogo mais moderno entre igreja e sociedade, e igreja e ciência, afirma o professor Euclides Marchi, do Departamento de História da UFPR. Marchi diz ainda, que a igreja agirá com cautela. “Se houver alguma reforma, ela será lenta e pensada, pois a igreja não irá se modernizar a tal ponto de ir contra os próprio princípios.”
Sendo o primeiro papa latino-americano da história, muda-se a divisão geográfica da igreja católica. Porém, entre os próprios cardeais, a nacionalidade pouco importa, explica o professor Sylvio Filho. “A trajetória política e espiritual é mais relevante.”
A escolha do novo pontífice foi anunciada nesta quarta-feira (13), às 15h06, horário de Brasília, (19h06, em Roma) quando a chaminé da Capela Sistina liberou a fumaça branca.
Lucas França, com orientação da ACS