A Comissão de Acompanhamento e Controle de Propagação do Coronavírus na UFPR realizou um estudo da evolução da Covid-19 na cidade de Curitiba e no estado do Paraná. O estudo levou em conta orientações e informes epidemiológicos do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (SESA/PR), além da avaliação da curva de crescimento do número de mortes em Curitiba e no Paraná em relação às cidades de Madri (Espanha), Nova Iorque (Estados Unidos) e São Paulo (SP).
Confira a nota técnica.
Nota da Comissão de acompanhamento e controle de propagação do novo Coronavírus na UFPR sobre flexibilização de algumas medidas de distanciamento social na UFPR.
Levando-se em conta os dados, as análises e as recomendações oficiais realizadas até a data de 21/04/2020:
a) Pelo Ministério da Saúde em seu Boletim Epidemiológico 07 – ESPECIAL: DOENÇA PELO CORONAVÍRUS 2019, de 06 de abril de 2020, que indica a possibilidade de flexibilização de parte das medidas de distanciamento social, quando a ocupação dos leitos hospitalares pela COVID-19 for menor que 50% (não tendo impactado ainda de forma severa o sistema de saúde) no Estado;
b) Pela Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (SESA/PR) em seu informe epidemiológico COVID-19, de 18 de abril de 2020, que esclarece que nessa data o Paraná teria 526 leitos SUS de UTI adulto exclusivos para atender a COVID-19, e que a taxa de ocupação desses leitos era de 23% (portanto abaixo dos 50% indicados pelo Ministério da Saúde);
c) Pelo Ministério da Saúde em seu Boletim Epidemiológico 13 – COE COVID-19, de 20 de abril de 2020, que indicou nessa data um coeficiente de incidência de 88 casos por 1 milhão de habitantes no Estado do Paraná, um valor avaliado como “baixo” em relação à média nacional, tendo sido o Estado do Paraná classificado como em situação de alerta para a incidência da COVID-19 (mas não em situação de “emergência” ou de maior “atenção”); também indicou que nessa data, o coeficiente de mortalidade no Paraná era de 4 mortes para cada 1 milhão de habitantes, igualmente abaixo da média nacional;
d) Pela Comissão de acompanhamento e controle de propagação do novo Coronavírus na UFPR, que avaliou a curva de crescimento do número de mortes na cidade de Curitiba e no Estado do Paraná, em relação às cidades de Madri (Espanha), Nova Iorque (Estados Unidos) e São Paulo Capital, concluindo que o crescimento de número de casos e de mortes por COVID-19 em Curitiba até o momento se manteve sem aceleração descontrolada, com aparente tendência de redução nos últimos 7 dias, sugerindo que portanto as medidas de distanciamento social adotadas precocemente na cidade de Curitiba e no Estado do Paraná promoveram o achatamento esperado da curva de crescimento de novos casos e de óbitos pela COVID-19 até a data de 20/04/2020. Salienta-se que novas avaliações deverão ser feitas semanalmente, a partir da abertura do comércio de forma ainda restrita na cidade de Curitiba, em 16/04/2020.
Figura 1 – Curva de crescimento de mortes padronizada para cada 100.000 habitantes de diferentes cidades e Estado do Paraná até o 22º dia após o registro da 1ª morte. *
e) Pela avaliação do Ministério da Saúde indicando que mesmo em regiões de baixa transmissão, onde o Estado do Paraná está classificado, o cenário de maior risco ainda continua por semanas ou meses à frente e que resposta de enfrentamento está diretamente relacionada à capacidade do sistema de saúde em conseguir absorver/atender os casos leves e graves;
f) Pelas recomendações do Ministério da Saúde de que ainda ocorra no momento atual: envolvimento de toda sociedade em medidas de higiene para redução de transmissibilidade (lavagem das mãos, limpeza de superfícies); uso de máscaras caseiras; suspensão de aulas em escolas e universidades, com reavaliação mensal; distanciamento social amplo para pessoas acima de 60 anos, com reavaliação mensal; distanciamento social amplo para pessoas abaixo de 60 anos com doenças crônicas, com reavaliação mensal; distanciamento social no ambiente de trabalho – distância mínima de 1,5 entre as pessoas, reuniões virtuais, trabalho remoto, ajuste de horário de trabalho para diminuir densidade de equipe no espaço físico, com reavaliação mensal; isolamento domiciliar de pessoas mesmo com sintomas gripais leves; proibição de qualquer evento de aglomeração (shows, cultos, futebol, cinema, teatro, casa noturna etc.), com reavaliação mensal; diminuição da capacidade instalada de bares, restaurantes e afins, com reavaliação mensal;
g) Por Kissler e colaboradores em estudo publicado na revista Science (14 de abril de 2020[1]) indicando que estratégias de distanciamento social intermitentes podem ser necessárias para não colapsar o sistema de saúde enquanto vacinas para a Covid-19 não estiverem disponíveis.
A Comissão faz novas recomendações:
* Antes de colocar a máscara, lave suas mãos com água e sabão;
* Cubra a boca e o nariz com a máscara, verificando se não há espaços soltos entre a máscara e sua face;
* Evite tocar na máscara enquanto estiver fazendo uso dela e se tocá-la, lave suas mãos com água e sabão;
* Substitua sua máscara assim que perceber que ela ficou úmida; sendo uma máscara caseira de tecido, recomendamos que se lave com água e sabão e seja bem seca antes de reutilizar;
* Para retirá-la, não toque na parte da frente da máscara, remova segurando pelo elástico ou pela fita que a amarra, e se não puder lavar imediatamente, coloque em saco plástico separado até o momento em que for lavar (o mais breve possível);
* Assim que retirar a máscara, lave suas mãos com água e sabão;
* Deve-se levar máscaras reservas de tecido, caso o tempo de permanência para atividades essenciais no prédio seja maior que 2 horas.
V. Assim que chegar ao local de trabalho, abrir janelas e portas para ter ventilação/circulação de ar adequada do ambiente;
VI. Se a atividade exigir o uso de máscara cirúrgica, esta deve ser colocada e removida seguindo as orientações anteriores
VII. Desinfetar as superfícies mais frequentemente tocadas com solução de álcool 70% e papel toalha (ou similar);
VIII. Ao realizar as atividades, procurar manter distância entre pessoas de cerca de 1,5 metro, bem como trocar a máscara e descartar adequadamente, caso ela fique úmida;
IX. Não compartilhar objetos com os colegas;
X.Não permitir aglomerações de pessoas caso a atividade seja realizada dentro de uma sala, mantendo distância média de 1,5 metros entre pessoas;
XI. Ao terminar a atividade, desinfetar as superfícies mais tocadas com álcool 70%; lavar as mãos antes de sair.
A Comissão também decide manter as seguintes recomendações anteriores:
Referências:
https://www.saude.gov.br/boletins-epidemiologicos
https://science.sciencemag.org/content/early/2020/04/14/science.abb5793
[1] Disponível em: https://science.sciencemag.org/content/early/2020/04/14/science.abb5793
*Dados obtidos de informativos e boletins da SESA/PR (Curitiba e Paraná) http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=3507, SESA/SP (cidade de São Paulo) http://www.saude.sp.gov.br/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica-prof.-alexandre-vranjac/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-respiratoria/coronavirus-covid-19/situacao-epidemiologica, www.bing.com/coronavirus (Madri) e https://github.com/nychealth/coronavirus-data/blob/master/case-hosp-death.csv (cidade de Nova Iorque).
A pedido da Comissão, o gráfico houve uma substituição no gráfico 1, realizada no dia 4/05, por conta da identificação de um erro de digitação. A imagem foi atualizada.
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