Cientistas foram homenageados com títulos de Honoris Causa

“Tem muito valor receber o título que representa, a partir de hoje, a efetiva integração à comunidade desta importante Universidade”, disse a arqueóloga americana Betty Meggers durante a cerimônia que lhe deu ao título de Doutor Honoris Causa da UFPR. A solenidade realizada na noite do dia 4 de outubro reuniu centenas de professores da área de arqueologia que atuam em todo País.

Na mesma cerimônia também foi homenageado o pesquisador Oldemar Blasi, com o título de Professor Honoris Causa. O arqueólogo que durante décadas trabalhou na região de Curitiba, ficou emocionado e agradeceu o reconhecimento de seu desempenho pela história e pela busca de informações sobre nossos antepassados, durante uma trajetória de várias décadas.

Obras – “Há pessoas, que por seu esforço, decididamente fazem a vida valer a pena”, foram algumas da palavras da vice-reitora Márcia Mendonça em referência a vida ao trabalho realizado pelos dois pesquisadores. Betty J. Meggers é pesquisadora do Departamento de Antropologia no Museu Nacional de História do Smithsonian Institution, em Washington, Estados Unidos. Em 1964, coordenou um dos mais importantes cursos promovidos pela UFPR em Paranaguá, no Litoral e permitiu que fosse feita a primeira radiografia da arqueologia brasileira.

Foi também responsável pelo Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas que possibilitou o conhecimento arqueológico de grande parte do território brasileiro. Na UFPR, as atividades do Centro de Pesquisas Arqueológicas sempre foram acompanhadas pela pesquisadora, que descobriu sítios arqueológicos de mais de 100 datas diferentes.

Pioneirismo – O professor Oldemar Blasi é considerado um dos pioneiros na arqueologia paranaense. Foi o responsável pela primeira escavação realizada em 1952, marcando assim, na Universidade do Paraná, o início da formação de arqueólogos brasileiros. Assim, como a americana Betty Megers, o professor Blasi não pertenceu ao corpo de docentes da UFPR, mas ministrou vários cursos de arqueologia como convidado juntamente com outros pesquisadores estrangeiros. Dedicado à administração e execução de pesquisas arqueológicas nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Rondônia, seus estudos resultaram em várias publicações e relatórios técnicos. Muito de sua produção foi transmitida em reuniões científicas no Brasil e no exterior onde também integra conselhos e comissões. Durante muitos anos esteve à frente do Museu Paranaense.

As homenagens fizeram parte das comemorações dos 50 anos do CEPA que estão sendo realizadas desde o dia 3 de outubro. Hoje o centro tem mais de um milhão de peças catalogadas, as mais antigas de 10 mil anos, segundo o coordenador das pesquisas, Igor Xhmyz.

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