Ao aceitar o convite da Future Earth International para participar da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), a professora Yara Moretto também abraçou um desafio: abordar os percalços da gestão hídrica para tomadores de decisão ainda resistentes às evidências científicas.
À frente do NAPI Águas, projeto financiado pela Fundação Araucária, que reúne especialistas em recursos hídricos para construir um banco de dados ambiental do Paraná, a docente da Universidade Federal do Paraná (UFPR) integrou um painel sobre resiliência hídrica no Sul Global.
Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), além de mestre e doutora em “Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais” pela mesma instituição, Moretto foi diretora do Setor Palotina da UFPR e é uma das principais pesquisadoras do Brasil em seu campo de investigação.
Nesta entrevista, ela relata sua participação na conferência global sediada em Belém (PA) e seus trabalhos mais recentes para compreender os impactos das mudanças climáticas e apoiar a formulação de políticas públicas baseadas na natureza.
Um dos objetivos da COP 30 é promover um diálogo entre cientistas e tomadores de decisão do mundo todo. O que os líderes globais mais relutam em aceitar sobre a crise climática?
Eu acho que os mitos mais fortes entre eles são de que a emergência climática não está tão grave, de que os eventos extremos estão acontecendo esporadicamente ou, ainda, que a mudança climática não existe. Aí a gente tenta rebater com a ciência, dados do passado e o que tem acontecido. Não é que não possamos produzir, ter industrialização, mas o fato é que isso foi e continua sendo totalmente desequilibrado. Esse é o ponto-chave que a gente tem tentado trazer.
Sua área de estudo é gestão hídrica. Como temos gerido a água no Brasil e o que é preciso melhorar?
A questão da água é bastante importante. Se ouve falar muito em segurança hídrica justamente porque estamos ali num limiar de já entrar em níveis de insegurança. Tanto no contexto de quantidade quanto num contexto de qualidade. As fontes de poluição são imensas e os usos da água também são. Além disso, por conta das mudanças climáticas, temos tido muita disparidade nos regimes de chuva.
Diante da dificuldade crescente de prever a dimensão de desastres como as enchentes no Rio Grande do Sul, como podemos nos preparar melhor para eventos climáticos cada vez mais imprevisíveis?
Temos trabalhado muito com modelagens, que consistem na utilização de dados do passado e da atualidade em projeções que vão nos indicar qual é o melhor caminho a seguir. Essas projeções têm mostrado que a gente precisa restaurar áreas de nascentes, vegetação no entorno de rios e na sua amplitude correta.
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