Mesmo ligadas a dermatite e alergias, fragrâncias estão em mais de 70% dos quase 400 itens para crianças no mercado brasileiro levantados em estudo de Pediatria da UFPR. Pesquisadoras defendem mudanças na regulamentação, além de conscientização da população e dos profissionais de saúde
Estudos científicos já comprovaram que o cheirinho de bebês recém-nascidos produz grande quantidade do hormônio dopamina, causando o mesmo efeito de recompensa e satisfação que ocorre com a comida, tabaco ou drogas, no caso de pessoas viciadas nas substâncias. Mas se esse aroma é tão bom, por qual razão as empresas de cosméticos e de artigos de higiene insistem em desenvolver produtos com fragrância destinados a esse público?
A resposta está na questão cultural que, principalmente no Brasil, tem relação muito forte com a utilização de perfumes. Mas, ao fomentar essa tradição, os pais podem acabar expondo desnecessariamente os filhos a elementos causadores de efeitos colaterais como alergias e dermatites, entre outras consequências nocivas para a saúde.
Um estudo desenvolvido por pesquisadoras do Departamento de Pediatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) analisou 398 rótulos de cosméticos infantis do mercado brasileiro buscando a presença de perfume ou fragrância entre os ingredientes. A conclusão, publicada em artigo no Jornal de Pediatria, mostra que mais de 70% dos rótulos apresentavam as substâncias, que apareceram em 90% dos xampus e em 79% dos lenços umedecidos.
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