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Artista formada na UFPR vence prêmio nacional de Artes Visuais com instalação sobre trabalho e pesquisa poética

05 novembro, 2020
14:43
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Extensão e Cultura

Érica Storer de Araújo fala sobre relação da pesquisa em Artes proporcionada pela UFPR com sua trajetória

Érica Storer de Araújo, 28, foi uma das vencedoras do 7º Prêmio EDP nas Artes, com a instalação “Sonhe alto, trabalhe muito, vá longe”, exposta no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. A exposição integra 10 artistas dos 456 inscritos para o prêmio nacional e segue até 10 de janeiro do ano que vem, com protocolos de segurança devido à pandemia de Covid-19. A artista curitibana que ficou entre os três premiados se formou em Artes Visuais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e já apresentou seus trabalhos em países da Europa.

Érica fala sobre a importância do reconhecimento do público ao artista. Comenta também sobre a relevância que a pesquisa acadêmica em Artes proporcionada pela UFPR teve para sua trajetória, além das inspirações e reflexões propostas por suas instalações e performances.

Instalação premiada “Sonhe alto, trabalhe muito, vá longe” é composta por um recorte suspenso de um escritório. Foto: Instituto Tomie Ohtake/Divulgação

A instalação premiada “Sonhe alto, trabalhe muito, vá longe” é composta por um recorte suspenso de um escritório, com mesas, cadeiras, prateleira, pequenos armários e um arquivo, além de computadores e outros objetos. Uma abordagem irônica e crítica sobre o fracasso e o sucesso na sociedade neoliberal.

“O título, advindo de expressões motivacionais, ou ainda do que chamamos de coaching, está ligado à promessa da ascensão social por meio do trabalho. Se o desejo da conquista é representado pela escada, alcançar algo elevado, então que esse trabalho esteja lá no alto, mas sem escadas. Por outro lado, há também o desejo pela queda. A materialidade de algo suspenso revela a iminência desse colapso”, detalha.

É a primeira vez que o Prêmio EDP nas Artes não tem ganhadores do eixo Rio de Janeiro/São Paulo, algo que para a artista é muito marcante, uma vez que os assuntos e as urgências passam a ser vistas sob uma perspectiva mais abrangente, sem o foco do principal eixo econômico do país. Para ela, estar no rol de obras selecionadas é motivo de felicidade, mas também de responsabilidade e reflexão.

“Receber um prêmio é ao mesmo tempo recompensador devido ao reconhecimento por um trabalho e engajamento com minha pesquisa poética, considerando o seu alcance nacional, mas também é um momento de pensar sobre esses procedimentos do contexto da arte de seleção e competitividade e como eles têm sido construídos pelas instituições”, argumenta.

Formação e pesquisa

Não é preciso formação acadêmica para ser artista. Porém, Érica afirma que na trajetória dela a experiência universitária foi um diferencial tanto para sua formação técnica e poética como também para a sua aproximação com esferas de promoção à arte e à cultura.

“A universidade é o lugar da pesquisa, discussão, extensão e de engajamento artístico e social. Sua função não é movida apenas de interesses poéticos individuais, mas também por um compromisso com a história e sociedade, entendendo e modificando o seu curso”, relata.

No Departamento de Artes (DeArtes) da UFPR, Érica participou de diferentes projetos, como no Centro Acadêmico de Artes Visuais, bolsista no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) e de iniciação científica, no Museu de Arte da UFPR (MusA), e, por fim, fez intercâmbio na Croácia por meio do programa Erasmus+.

Para Érica, experiência na UFPR foi diferencial para sua formação técnica e poética – na foto, artista faz performance sobre mandíbula em evento internacional na Itália. Foto: Lorenza Cini/Divulgação

Dentre os temas que pesquisou, Érica realizou relevantes trabalhos que abordavam os eixos temáticos do corpo, o desempenho, o trabalho e o fracasso na sociedade contemporânea. Também participou por três ocasiões do Circuito Universitário da Bienal Internacional de Curitiba (CUBIC), que é realizado a cada dois anos. Érica também foi uma das homenageadas no aniversário de 105 anos da UFPR, quando diversos membros da comunidade tiveram perfis publicados na página da Universidade.

Todos esses feitos mostram uma trajetória sólida tanto no campo acadêmico quanto no artístico, segundo a professora Stephanie Dahn Batista, do Departamento de DeArtes e vice-diretora do Setor de Artes, Comunicação e Design (Sacod) da UFPR.

“Acompanhei Érica desde o primeiro ano de graduação e acredito que ela teve um proveito muito grande de tudo o que a universidade pública pode oferecer. Ou seja, uma experiência que toma a arte como área de conhecimento específico. Que proporciona o aprendizado de técnicas artísticas, além de pesquisas poéticas com profundo referencial bibliográfico que permitem ao artista se situar, dialogar, referenciar e interagir tanto com o universo artístico quanto com a sociedade”, conta.

Por Matheus Dias
Edição: Chirlei Kohls
Parceria Superintendência de Comunicação e Marketing (Sucom) e Agência Escola de Comunicação Pública UFPR

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