Uma parceria entre a Universidade Federal do Paraná e a Prefeitura de Curitiba, por meio da Coordenação dos Direitos da Pessoa com Deficiência, promove o acolhimento psicossocial das pessoas com deficiência no município. Alunos do curso de Psicologia envolvem-se diretamente nas situações atendidas pela Coordenação auxiliando, participando e aprendendo na prática.
São duas as ações realizadas em conjunto. Uma delas atinge alunos do terceiro ano do curso que, por meio de exercícios práticos da disciplina Pessoas com Necessidades Especiais II, participam de atividades da Coordenação como o Conselho de Direitos da Pessoa com Deficiência, visitas a ambulatórios e outros espaços que recebem apoio da unidade. “Além disso, eles se envolvem em um Seminário de estudo de casos que a Coordenação promove”, explica a responsável pelo projeto na UFPR e professora da graduação em Psicologia, Roberta Kafrouni.
A segunda ação consiste em estágio curricular que alunos do quinto ano realizam na Coordenação. Neste estágio os estudantes, sob supervisão, resgatam e fazem o acompanhamento de casos levantados pelas 40 escolas de educação especial atendidas pela unidade. As situações assistidas normalmente são pessoas com dificuldade no processo educacional, porém também há casos de negligência com a pessoa com deficiência e até denúncias de cárcere privado. “Os estudantes fazem visitas às famílias para levantamento de informações sobre as dificuldades que enfrentam, analisam essas informações, contatam escolas e outros serviços e fazem os encaminhamentos necessários”, revela a professora.
Foto: Samira Chami Neves / Sucom UFPR
Estudante do quinto ano de Psicologia, Jéssica Cumim participa do projeto desde o início desse semestre e acredita ser uma experiência enriquecedora para sua formação. “Por meio deste estágio tenho a oportunidade de compreender o quanto é importante o trabalho da Psicologia nesta área. Assim, quando eu concluir o curso, terei adquirido prática e conhecimentos que servem como base importante para exercer o trabalho no campo da deficiência e da inclusão. É gratificante contribuir de alguma forma para que essas pessoas alcancem seus direitos”, relata.
A parceria resulta em benefícios para ambos os órgãos. Para a prefeitura, a ajuda dos estudantes é de grande valia para atender à demanda, já para a universidade, é uma forma de dar espaço para que seus alunos colaborem ativamente em desenvolvimento de atividades práticas. “Além da formação de futuros psicólogos que possam enfrentar os desafios da prática profissional relativos à deficiência e inclusão, temos o objetivo de desenvolver um modelo de acompanhamento das pessoas que buscam o apoio da Coordenação e de pesquisar as dificuldades na efetivação dos direitos da pessoa com deficiência”, conta Roberta.
Esse apoio dado às pessoas com deficiência é uma forma de acesso a direitos já conquistados, mas nem sempre efetivados. Segundo Roberta, para os alunos, os aprendizados são diversos, desde a sensibilização para o tema, até a construção de uma atuação diferente dos moldes em que tradicionalmente se espera para um psicólogo. “Os alunos são levados a refletir em como o enfoque da Psicologia pode contribuir na análise e intervenção junto aos problemas enfrentados cotidianamente pelas pessoas com deficiência. Problemas esses que são resultado das barreiras físicas e de atitude da sociedade em relação às diferenças individuais”, explica.
De acordo com a professora responsável, o próximo passo é constituir um projeto de extensão que funcione como um Núcleo de Atendimento Psicossocial dentro da Coordenação dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na Prefeitura. O objetivo seria desenvolver uma metodologia de acompanhamento e identificar as principais dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam no acesso a direitos. “Queremos mapear as dificuldades enfrentadas no contato com serviços e profissionais e desenvolver estratégias de enfrentamento dessas dificuldades”, finaliza.
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