Por Flavia Keretch, sob supervisão de Daniel Felipe
Na última quinta-feira (6) de novembro, mulheres de diferentes universidades públicas da região Sul do Brasil se reuniram no Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para discutir os desafios enfrentados por mulheres na gestão do ensino superior público. As palestrantes compartilharam experiências e apresentaram políticas implementadas em suas instituições.
A pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidade da UFPR (Proafe), professora Megg Rayara, relatou os desafios vividos como mulher trans e preta no ambiente universitário. Ela afirmou que sua permanência foi dolorosa, marcada por episódios de deslegitimação e preconceito: “Quando eu entrei na universidade eu falei que nunca mais ia sair daqui, e de fato não saí.”
Megg destacou ainda a importância de considerar as experiências de mulheres trans dentro do espaço acadêmico como forma de preservar sua saúde e sua vida: “Pensar numa universidade plural é pensar em narrativas, em linguagem, em possibilidades de poder chegar a toda essa comunidade.”
Em seguida, a reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Marta Regina Gimenez Favaro, abordou os principais desafios da gestão pública, especialmente a mudança de cultura institucional e a consolidação de um trabalho coletivo. “Juntar pessoas para pensar ações na universidade, justamente pela diversidade que essa instituição possui, é muito difícil”, disse. Segundo ela, transformações culturais só ocorrem por meio de processos informativos insistentes, persistentes e contínuos.
A vice-reitora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Sandra Simone Höpner Pierozan, chamou atenção para a baixa representatividade feminina em cargos de poder. “A universidade é pensada e gestada por homens”, afirmou. Ela também ressaltou o papel dos movimentos sociais na criação e fortalecimento das instituições públicas: “Nós nos orgulhamos de dizer que somos fruto da luta dos movimentos sociais.”
O tema do assédio nas universidades também ganhou destaque. A vice-reitora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Gisele Mendes de Carvalho, afirmou que a questão do assédio sempre foi um tabu. Ela contou que, após ser procurada por alunas com denúncias sem encaminhamento, iniciou uma campanha de conscientização sobre o tema, o que contribuiu para reduzir casos e orientar estudantes sobre como agir diante de situações de violência.
Por fim, a vice-reitora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Martha Bohrer Adaime, destacou a necessidade de políticas de equidade de gênero, formação, capacitação e ação. “Nós temos que apostar na inserção das cotas”, afirmou. Ela reforçou que o grande desafio das instituições é o respeito, mas demonstrou otimismo ao dizer que “é na universidade que a gente vai conseguir mudar.”
As cinco lideranças femininas expuseram, em suas falas, os principais desafios e enfrentamentos das mulheres em cargos de gestão, além das estratégias para combater a desigualdade de gênero nas universidades públicas. Entre os pontos centrais levantados estão o assédio moral e sexual, o machismo velado e a transfobia: questões que seguem exigindo diálogo, políticas efetivas e compromisso institucional.
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