Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) alcançaram o primeiro lugar em uma competição internacional de visão computacional com um sistema inteligente para detecção de drones em vídeos. O método superou propostas de outras 12 instituições ao redor do mundo, com desempenho superior em cenários considerados especialmente desafiadores — como céu aberto e áreas com vegetação densa, onde a identificação de objetos pequenos é mais difícil.
O trabalho foi apresentado durante a International Joint Conference on Neural Networks (IJCNN 2025), em Roma, no último dia 5 de julho. A equipe, intitulada Time PUCPR-UFPR, foi formada pelo pós-doutorando do Programa de Pós-graduação em Informática da UFPR e professor do Programa de Pós-Graduação em Informática da PUCPR, Rayson Laroca, e dos pesquisadores do Departamento de Informática da UFPR, Marcelo dos Santos e David Menotti.
Um dos diferenciais técnicos da proposta foi o uso extensivo de estratégias de aumento de dados, que contribuíram para tornar o modelo mais eficiente frente às variações de cenário. Além das transformações convencionais, como rotação, ajuste de brilho e contraste, e espelhamento horizontal, a equipe da UFPR empregou a técnica de copy-paste, inserindo artificialmente drones e aves em diferentes posições e contextos nas imagens de treinamento. A diversidade do conjunto de dados foi ampliada ainda com o uso de três bases públicas internacionais.
Para garantir a consistência do rastreamento ao longo do tempo, especialmente em situações de baixa visibilidade ou oclusão temporária, o sistema também incorporou um pós-processamento temporal. O algoritmo analisa a sequência de quadros para verificar a continuidade da presença dos objetos. Quando há falhas de detecção momentâneas, a posição do drone é interpolada com base nos quadros anteriores e posteriores, garantindo fluidez e precisão no monitoramento.
De acordo com o professor Raylson Laroca, integrante da equipe, em competições de visão computacional, a busca pela excelência técnica é acompanhada de obstáculos que vão além do desenvolvimento de algoritmos. “Um dos principais desafios foi o fato de que, por se tratar de uma competição, o conjunto de testes oficial não estava disponível para nós. Isso exigiu um cuidado redobrado na escolha dos cenários de validação entre os dados que tínhamos. Com base nos pontos fracos identificados durante nossos experimentos, adotamos estratégias para mitigar essas limitações e tornar o modelo mais robusto frente às incertezas da avaliação final”, finaliza.
Para o professor David Menotti, a conquista evidencia o potencial das universidades brasileiras na formação de profissionais altamente qualificados para atuar em cenários globais, especialmente em áreas de rápida evolução tecnológica como a computação. “As universidades brasileiras têm a competência de formar alunos em nível de excelência para competir globalmente, ainda mais na área de computação, onde há uma necessidade constante de atualização. Formar profissionais preparados para esse cenário é fundamental, e acredito que no Brasil as universidades desempenham esse papel essencial”, destaca o professor.
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