Nesta semana, os alunos concluintes do curso de Luteria da UFPR apresentaram à comunidade instrumentos construídos por eles durante a sua formação.
A exposição aconteceu nos dias 25 e 27 de novembro, no Auditório do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da UFPR, e teve a presença de músicos de Curitiba, que testaram e apreciaram os instrumentos.
Os 17 alunos em fase de conclusão de curso, dois deles intercambistas da Argentina e da Bélgica, criaram baixos, violões, bandolins, guitarras elétricas, uma viola caiçara e uma viola de arco.
A apresentação faz parte do trabalho de conclusão da disciplina “Construção e Entalhe”, ofertada aos alunos do curso de Luteria desde o primeiro semestre. No início do curso, eles constroem um cavaquinho, que é um instrumento menor. No segundo ano, eles escolhem uma família de instrumentos, entre violão, guitarra elétrica e violino, e seguem modelos clássicos desses instrumentos.
Já no sexto e último semestre, os alunos têm mais liberdade para escolher o projeto que vão executar. “Eles podem fazer uma réplica de um instrumento antigo, ou propor o design de um instrumento novo, fazendo modificações e mesclando projetos já existentes. Eles têm essa liberdade, por isso há essa diversidade de instrumentos aqui”, explica Thiago Corrêa de Freitas, professor do curso.
O bandolinista e compositor curitibano Daniel Migliavacca foi um dos músicos convidados a testar os instrumentos. Ele testou dois bandolins criados por dois estudantes, e ficou bem impressionado com a qualidade dos instrumentos. “É um privilégio e um orgulho ver o pessoal produzindo o que é a minha ferramenta de trabalho, dentro de uma universidade federal, e ver que há uma pesquisa por trás e todo um embasamento”, disse o músico.
Segundo Migliavacca, há uma grande demanda pelo trabalho de luthier. “Especificamente em Curitiba, no caso do bandolim, falta gente que faça, e que faça bem”, afirmou. “Ter gente em Curitiba que faça esse trabalho nesse nível, a coisa muda de figura. É importante para o luthier ter o músico presente explicando o que quer, e para o músico esse diálogo também é fundamental”, avaliou o bandolinista.
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