Imagem Padrão

Aluno da UFPR faz coleta de aerossóis na Antártica

15 setembro, 2010
00:00
Por

Aluno de iniciação científica, Stival trabalha na coleta de aerossóis (conjuntos de micro-partículas suspensas na atmosfera). Ele permanecerá em território antártico até o próximo mês de novembro.

Entre os objetivos do projeto, que faz parte do Proantar (Programa Antártico Brasileiro), está esclarecer algumas questões relacionadas ao impacto dos aerossóis no clima do planeta.

O estudante da UFPR está coletando, por meio de filtros, materiais particulados com tamanho de 10 micrometros e também amostras de neve apara análise elementar e microbiológica.

‘Existe essa ideia de que os fenômenos climáticos estão associados à poluição atmosférica’, explica o professor Ricardo Henrique Godoi, integrante do Departamento de Engenharia Ambiental da UFPR e coordenador adjunto do projeto. ‘O black carbon [carbono negro], por exemplo, tem a propriedade de absorver calor, o que potencializa o degelo.’

O projeto é coordenado nacionalmente pelo professor Heitor Evangelista, da Uerj.

Ao se acumular na superfície, o carbono negro, que são moléculas resultantes da queima de combustíveis fósseis —como queima de petróleo ou de florestas, por exemplo— , torna o gelo mais opaco, o que amplia a absorção do calor a partir da radiação solar e aumenta o derretimento das calotas polares.

Estudos feitos na Groenlândia confirmaram esse fenômeno. Já o impacto deste processo sobre o gelo antártico ainda é desconhecido.

Durante a década de 1990, alguns estudos brasileiros de monitoração dos aerossóis registraram a presença de produtos de queimadas na atmosfera da Ilha Rei George, onde está instalada a Estação Antártica Brasileira Comandante Ferraz.

A coleta dos aerossóis pelo aluno da UFPR é feita numa estação avançada, a cerca de 2,5 quilômetros da estação brasileira.

‘Ele está enfrentando temperaturas inferiores a 20 graus negativos, com sensação térmica de 40 ou 45 graus abaixo de zero’, comenta Godoi, que tem se comunicado com Stival pela internet. ‘Antes de viajar o aluno fez um treinamento de técnicas de sobrevivência na Marinha brasileira, no Rio de Janeiro.’

Outra linha a ser investigada é a relação entre a emissão continental de micronutrientes que constituem os aerossóis e a produção de núcleos de condensação, precursores da formação de nuvens. Existem hoje várias incertezas sobre este ciclo bio-geoquímico.

O trabalho pretende caracterizar os elementos deste ciclo durante cruzeiros oceanográficos entre o Brasil e a Península Antártica, juntamente com imagens de satélite e modelos de dispersão de plumas de poeira.

Há ainda a abordagem do registro temporal desse processo, a partir da análise glacioquímica de um testemunho de gelo da Península Antártica.

Uma cooperação com o Instituto de Mudança Climática, da Universidade do Maine (EUA), permitirá acesso a um testemunho de gelo da Península Antártica de aproximadamente 95 metros. Um segundo testemunho a ser obtido no contexto do INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) da Criosfera, com sede na UFRGS, complementará o trabalho.

Foto(s) relacionada(s):


Projeto faz parte do Programa Antártico Brasileiro
Foto: Arquivo pessoal/UFPR


O aluno Leandro Stival, do curso de Engenharia Ambiental da UFPR, na Antártica
Foto: Arquivo pessoal/UFPR


Estação avançada, a cerca de 2,5 km da estação brasileira na Antártica
Foto: Arquivo pessoal/UFPR

Fonte: Fernando César Oliveira

Sugestões

19 agosto, 2025

Um estudo realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, está buscando crianças de 6 a 11 […]

19 agosto, 2025

Chamada para envio de resumos nos 31 Grupos de Trabalho segue até 31 de agosto A Universidade Federal […]

15 agosto, 2025

Cursos serão na modalidade presencial, em Curitiba, e são abertos à comunidade interna e externa O Centro de […]

14 agosto, 2025

Evento ocorrido no Salão Nobre do Setor de Ciências Jurídicas reuniu autoridades, estudantes e movimentos sociais, em prol […]