Seis projetos que envolvem os docentes do PPG Letras foram aprovados pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), na chamada CNPq/MCTI/FNDCT Nº 18/2021 – Universal. Os docentes contemplados participam como membros da equipe de pesquisa ou como coordenadores. São eles: Adelaide Hercília Pescatori Silva, André Nogueira Xavier, Denise Cristina Kluge, Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia, Maria Cleci Venturini e Milena Ribeiro Martins. “Este é um importante resultado para o PPG Letras, pois amplia recursos e visibilidade a projetos de pesquisa de docentes do programa, bem como fortalece os laços interinstitucionais”, de acordo com a coordenadora do PPG-Letras, professora Teresa Wachowicz.
Saiba mais sobre cada projeto:
“Desenvolvimento fonético-fonológico do Português Brasileiro como L2: análises acústicas e articulatórias”
Professora Adelaide Hercília Pescatori Silva, membro da equipe de pesquisa.
O projeto objetiva introduzir técnicas de análise articulatória, especificamente, de ultrassonografia para a verificação do movimento dos articuladores do trato vocal durante a produção de um determinado som. Coadunada à análise acústica, e voltada à aquisição do Português Brasileiro como L2, o projeto deverá contribuir tanto com a fonética no país quanto com o ensino de Português Brasileiro, pois possibilitará uma melhor compreensão acerca das dificuldades dos aprendizes e a reflexão sobre técnicas para facilitar o aprendizado. As análises de processo contarão com 12 coletas de caráter longitudinal. Conciliadas, as análises de produto e processo poderão fornecer subsídios importantes para o entendimento do processo de aprendizado do Português Brasileiro como L2, além de permitirem um maior entendimento do processo de orquestração dos gestos articulatórios por parte do aprendiz, ao longo do tempo, indo ao encontro de uma visão dinâmica e complexa de língua. Os participantes integram o Grupo de Estudos Fônicos, registrado no CNPq e liderado pela profa. Adelaide H.P.Silva. O projeto envolve as instituições UFRGS, UFPR, UTFPR (Curitiba e Pato Branco), UFRJ.
“Línguas de sinais emergentes, contatos e fronteiras no Brasil: da documentação e gramatização ao planejamento para a diversidade linguística sinalizada”
Professor André Nogueira Xavier, membro da equipe de pesquisa.
O projeto busca a consolidação de uma rede de pesquisa no Brasil voltada à documentação e descrição de línguas de sinais emergentes, indígenas e não indígenas. O caráter das pesquisas é exploratório e teórico e deve produzir, em um primeiro momento, publicações sobre a temática em formato de livros (digitais e físicos) por editoras universitárias e organização de dossiês em periódicos especializados. O foco será a pesquisa de campo, principalmente, nos estados do Piauí com a língua de sinais de vila denominada Cena, em Roraima com a documentação/descrição de línguas de sinais no município do Uiramutã e em Rondônia com os sinais utilizados pelos indígenas “Paiter Suruí”. Também serão organizados eventos científicos nos âmbitos nacional e internacional e a elaboração de cursos de capacitação para gestores e educadores de educação escolar indígena relacionados à existência de línguas de sinais emergentes. O projeto tem vigência de 36 meses e envolve pesquisadores da Universidade Federal de Roraima, de universidades brasileiras do norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul, além de uma aluna de Iniciação científica, um técnico tradutor e intérprete de língua de sinais-TILS e três alunos de doutorado de diferentes universidades.
“Avaliação do sistema sonoro da fala em línguas maternas e não maternas“
Professora Denise Cristina Kluge, membro de equipe de pesquisa.
O projeto abrange a avaliação de sistemas sonoros de línguas materna e não maternas e tem como objetivos: descrever e caracterizar, do ponto de vista perceptivo e acústico/articulatório, a produção de fala em língua materna de crianças com desenvolvimento de linguagem típico, atípico, bem como a gradiência da fala em línguas não maternas. Os estudos sobre a fala infantil verificarão em que medida os gestos articulatórios se diferenciam nos grupos de crianças avaliadas. Já os estudos sobre a fala adulta de aprendizes de línguas não maternas examinarão a emergência de detalhes fonéticos dos sistemas sonoros dessas línguas, interpretados como indícios da aprendizagem desses sistemas. O uso de uma metodologia instrumental (análise acústica, perceptual, aerodinâmica e/ou articulatória) na avaliação de produções de fala deve auxiliar na identificação, classificação e terapia de dificuldades na percepção e produção de fala. Participam do projeto pesquisadores da UFSC, UFPR, UFRJ e UFS (Sergipe). Alguns dos produtos e meios de divulgação da pesquisa: publicações de artigos e capítulos de livro, apresentação de resultados em congressos, seminários e oficinas voltados para a análise acústico-articulatória e perceptual da fala.
“Nós: falas pretas e indígenas em escuta discursiva”
Professora Gesualda de Lourdes dos Santos Rasia, coordenadora do projeto.
O objetivo do projeto é compor um arquivo de narrativas produzidas por/sobre sujeitos negros e indígenas nos espaços escolar e acadêmico como gesto de inscrição e visibilização, a partir da escuta discursiva (MODESTO, 2021) que leva em conta a constituição histórica dos discursos. A proposta visa o enfrentamento à precariedade dos registros sobre esses sujeitos, em um movimento de problematização da noção discursiva de memória, uma vez que esses segmentos, além de terem suas narrativas subtraídas e adulteradas especialmente porque historicamente são feitas pelo filtro do outro branco-colonizador/opressor, permanecem pleiteando o direito de viver diante de práticas genocidas ainda correntes no Brasil. Na coleta dos corpora, haverá duas naturezas de arquivos: a) discursos “sobre o sujeito”, a partir de mapeamento de textos da literatura sobre sujeitos negros, de levantamento documental sobre políticas públicas relativas a sujeitos negros e indígenas e de recorte acerca das presenças negra e indígena em livros didáticos do E.F; b) “discursos do sujeito”, a partir de narrativas negras e indígenas orais, gravadas em áudio/ vídeo; produzidas pelos participantes do estudo. Integram o projeto, membros da UFPR, UFFS, UFAL, Unoeste, Instituto Caiçara de Pesquisa e Ensino Superior.
“Discursivização e representação social, histórica e material do Holocausto em diferentes museus e memoriais”
Professora Maria Cleci Venturini, coordenadora do projeto.
O tema da proposta é o Holocausto em museus e memoriais, conforme a discursivização e a representação desse acontecimento pelas instâncias do social, do histórico (Rancière, 1994; Robin, 2016) e das formas materiais (Althusser, 1970, Pêcheux, 1997). O objetivo é, a partir desse tema, circunscrever os discursos e as representações sobre/do Holocausto em museus e memoriais brasileiros, da América Latina e do México para organizar, expor, representar e discursivizar os acontecimentos que resultaram no extermínio de judeus e de outras minorias. A abordagem é discursiva, (Pêcheux, 1997; Orlandi, 2004) e encaminha para a interpretação por meio da língua na história, em discursos constituídos por sujeitos ideológicos e atravessados pelo inconsciente (Pêcheux, 1997). A pergunta que move a pesquisa é: “como e por quais processos linguístico-discursivos, imagéticos, memoriais, materialistas, testemunhais e documentais os museus organizam e fazem circular discursos e memórias que atendem às especificidades de suas narratividades (Venturini, 2021) sobre o Holocausto?”. Para responder à questão serão utilizadas diferentes metodologias. As instituições envolvidas no projeto são: UFPR, UNICENTRO, Unioeste, UFSM, UNEMAT e Faculdade Guairacá.
“É preciso falar sobre as ausentes: a colaboração feminina no jornal O Paiz (1884-1934)”
Professora Milena Ribeiro Martins, membro de equipe de pesquisa.
O projeto objetiva realizar levantamento exaustivo da colaboração de Maria Amália Vaz de Carvalho (1847-1921), Délia (1853-1895), Carmen Dolores (1852-1910) e Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) no diário “O Paiz” (1884-1934), disponível na Hemeroteca Digital Brasileira. O conjunto reúne mais de 500 textos, dirigidos sobretudo ao crescente público feminino leitor de cotidianos, convidando a reavaliar a presença da mulher de letras na grande imprensa e o seu papel como mediadoras culturais e formadoras de opinião. A escolha de “O Paiz” se justifica pelas posturas políticas abraçadas e pela presença significativa de colaboradoras em suas páginas. A pesquisa pretende evidenciar a relevância da escrita feminina em um jornal que defendia valores republicanos e abolicionistas, expressos por colunistas do sexo masculino como Joaquim Nabuco e Quintino Bocaiúva e que visava atingir público amplo e diversificado. Com isso, busca-se preencher uma lacuna na história da imprensa e da cultura letrada brasileira, graças aos aportes sobre a trajetória da crônica, da escrita feminina e da formação de um campo intelectual na Belle Époque. E ainda localizar, publicar e examinar sistematicamente os textos dessas escritoras representa, conforme o projeto, um passo a mais na construção de novas perspectivas sobre as vozes femininas ausentes da história cultural no Brasil. Integram o projeto membros da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNICAMP, University College London-UCL—Inglaterra, UFPR.
(Colaboração: Kelen Vanzim/PPG Letras)
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