Em um debate mediado pelo reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, e transmitido pela UFPR TV, gestores e lideranças de entidades científicas falaram sobre a ciência brasileira no mundo pós pandemia, discutindo indicadores e estabelecendo conexões sobre a importância da pesquisa e dos investimentos públicos em um cenário de crise. O evento ocorreu nesta quarta-feira (17), na programação do 1º Congresso da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), realizado remotamente. Para Fonseca, o quadro pós pandemia irá demandar investimento em todas as áreas do saber.
Debate foi realizado online (Reprodução/UFPR TV)
A transmissão também contou com a participação do professor Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da professora Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, e do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Ubaldo Cesar Balthazar, que falou sobre as medidas que estão sendo tomadas na instituição, respaldadas pela ciência. “Estamos tomando nossas decisões de acordo com vários subcomitês que formamos, mas, principalmente, sob a orientação do subcomitê científico. Temos excelentes pesquisadores que trabalham nessa área e vêm nos orientando”, justificou.
Para o gestor da UFPR, ciência e tecnologia devem ser considerados investimentos, não gastos. No debate, ele pontuou as diversas áreas do conhecimento que serão necessárias para que o mundo pós pandemia seja compreendido e enfrentado com seriedade. Destacou, por exemplo, como o investimento nas humanidades e nas ciências de planejamento devem fazer diferença. “Penso nas projeções dos economistas neste momento e na pós pandemia. Penso como a comunicação vai ter de ser estudada neste momento de pandemia, onde tudo foi virado do avesso”, falou.
Assista a íntegra:
O reitor da UFPR comentou, ainda, como é eloquente a necessidade de se investir nas ciências biomédicas. “Se tivéssemos financiamento num momento interior, o quadro hoje seria diferente”, pontuou, mencionando a necessidade de se pesquisarem impactos na educação, nas sociabilidades, na política, na produção e interpretação de normas e leis. O quadro, segundo ele, evidencia a necessidade de se investir em todas as áreas da ciência.
Para a professora Helena Nader, é preciso que a sociedade brasileira continue sendo participativa. Respondendo a uma pergunta realizada no chat do debate, ela demonstrou preocupação com o desaparecimento dos discursos da ciência quando a crise acabar. “A sociedade viu uma resposta pronta das universidades, cientistas, professores brasileiros. Mas se os governos vão ouvir a ciência brasileira são outros quinhentos. No Brasil, ciência não é política de estado”, lembrou.
O presidente da SBPC fez uma apresentação de indicadores de investimentos nas áreas de C&T e reforçou aspectos relacionados à importância do fortalecimento do SUS, à necessidade de melhorar a educação científica e para a saúde, e à urgência para que a pesquisa tecnológica e a inovação estejam mais conectadas com as grandes questões da sociedade. Ele tabém criticou o fato de a comunidade científica não ser ouvida quanto à distribuição de recursos e à priorização de determinadas áreas em detrimento a outras. Castro considerou “estreita e reducionista” a visão de que a ciência deve prover resultados imediatos. “A longo prazo é uma visão deletéria para a ciência e para a inovação”.
Programação
O Congresso continua nesta quinta-feira, 18 de junho, com a Plenária Nacional a partir das 8h30, ocasião em que todas as universidades, colégios e fóruns expõem as conclusões e apresentam uma síntese das respectivas reuniões do dia anterior. Às 17h, haverá a conferência “O Assassinato do Espírito”, com o professor Roberto Romano, da Unicamp.
O evento é totalmente on-line e a programação desta quinta-feira poderá ser acompanhada ao vivo pelo canal da Andifes no YouTube.
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