Um caso curioso surgiu no décimo quinto andar do Hospital de Clínicas da UFPR. Ao conversar com uma das médicas, a professora Maria Elisa Bartosievicz, do Programa de Escolarização Hospitalar da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba (SME Curitiba), descobriu que a mãe de um dos pacientes internados não tinha sido alfabetizada. A preocupação maior era em relação aos medicamentos que o pequeno Ítalo teria que utilizar após o transplante de medula óssea.
“No mesmo dia, eu já entrei em contato com a mãe e começamos a alfabetização dela. Peguei a relação de todos os medicamentos que ele vai usar para trabalhar os nomes dos medicamentos durante as aulas e associá-los com as cores e figuras e, assim, ela consegue assimilar melhor”, conta Maria Elisa.
A mãe, Josinete da Silva Morais, veio da Paraíba com o filho Ítalo, de sete anos, para que ele possa realizar o transplante, que acontece no dia 26/04. Ela completou apenas os dois primeiros anos do fundamental, e agora, após duas semanas de aula, consegue ler com menos dificuldade e soletrar palavras. Para deixar as aulas mais lúdicas e interativas, a professora fez um alfabeto, que ambos utilizam juntos para aprender a ler.
Os conteúdos são flexíveis, e podem ser definidos de acordo com o gosto das crianças. “Já vi crianças que gostam muito de dinossauros, então utilizei o nome dos dinossauros para ajudar na alfabetização. Alguns gostam muito de arte, música, tem até os que querem aprender sobre as partes do corpo para entender como é a cirurgia que vão fazer”, relembra a professora Vergília Antônia Belém, que dá aulas no CHC até o quinto ano do fundamental.
Vergília explica que a escolarização hospitalar é um trabalho multiprofissional, não dependendo somente das professoras. “Muitas vezes, as enfermeiras e médicas nos contam como o paciente está se sentindo, física e emocionalmente, assim podemos planejar as aulas para que a criança se sinta bem, com a autoestima elevada. Psicólogos, profissionais da Terapia Ocupacional, Pedagogas… são muitas pessoas envolvidas.”
Escolarização Hospitalar no CHC
Maria Elisa explica que, antes de ser professora dos pacientes, ela é ponte entre o hospital e a escola municipal ou estadual em que eles estavam previamente matriculados, seja qual for a sua cidade de origem. Nesse contato, a professora avalia em qual nível de conhecimento a criança se encontra e desenvolve um programa de aulas baseado nisso. Se a criança ou adolescente se muda para Curitiba, a professora auxilia a família a fazer sua matrícula em uma escola próxima para poder dar início às aulas.
Atualmente, são cinco professoras atuando na escolarização hospitalar do CHC, divididas entre os primeiros anos escolares (até o quinto ano do ensino fundamental) e os níveis mais avançados (ensino fundamental e médio). “Já vimos um caso em que o paciente se formou aqui e quis prestar vestibular. É um grande orgulho para nós”, conta Vergília.
Quando o paciente tem alta, ele ainda tem direito à escolarização domiciliar durante o período de recuperação e tratamento. “Esse profissional deve proceder com atenção na higiene, porque essa criança está com a imunidade baixa. A professora tem que ter alguns cuidados, como usar luvas, máscara, evitar atender se estiver com alguma doença contagiosa, usar álcool gel, materiais novos”, ressalta Maria Elisa.
Entenda mais sobre a história da escolarização hospitalar no CHC.
Unicom – CHC
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