Pesquisadores da UFPR falam de suas experiências no maior evento científico da América Latina e contam como as diferentes áreas da ciência entendem a memória, por meio de matéria realizada pela Agência Escola da Universidade Federal do Paraná.
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, evento que acontece anualmente, tem por objetivo realizar a reunião de pesquisadores e cientistas de diversas áreas. A exposição dos trabalhos e interação com os públicos possibilitam debates considerados relevantes para o acesso ao conhecimento científico produzido pelas Universidades; de forma a incentivar a participação social.
Neste sentido, a matéria apresentada considera aspectos da relação da SBPC com seus integrantes, na cidade de Curitiba, por meio de memórias, afetos e democracia, trazendo seus relatos. A seguir alguns trechos selecionados, que expõem esta relação.
Memória, ciência e democracia
O tema do 75o encontro da SBPC, “Ciência e democracia para um Brasil justo e desenvolvido”, vem em um momento de reafirmação da democracia no Brasil, após eventos anti-democráticos e frequentes ameaças de golpe.(…)
(…) E a memória é, por si só, um importante instrumento para impedir retrocessos, sejam eles políticos ou científicos. “Quem não conhece sua história está condenado a repeti-la”, diz o famoso ditado popular. A professora do Departamento de História, Karina Belotti, explica que a memória traz diversidade à democracia, evitando que atos antidemocráticos como a invasão do Capitólio nos Estados Unidos e os atos de 8 de janeiro no Brasil de 2023, consigam silenciar vozes dissonantes do pensamento do grupo.(…)
A ciência do recordar
(…) Na Sociologia, como na História, na Geografia e em outras áreas, a memória está presente o tempo todo. Ela é o solo sobre o qual a sociologia se constrói. “Estamos sempre trabalhando com isso. Trabalhei e trabalho com movimentos populares. Existe uma documentação que a imprensa faz, por exemplo, na área de ocupação urbana, registrando, num primeiro momento, o enfrentamento entre o movimento [social] e o Estado. O movimento tem outra leitura, os partidos políticos, ainda outra. Tudo isso a gente pode colocar num grande campo de memórias. Sobre o movimento vai prevalecer um tipo de história que na verdade não é real, porque ela não existe. É sempre uma história percebida de um ponto de vista. Então vai depender muito da posição política, da conjuntura política, da condição social, da agenda pública. A cada momento temos uma memória sendo ressignificada”, conclui Maria Tarcisa Silva Bega, professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPR e participante do evento em algumas edições.(…)
Ciência com afeto
A SBPC formou um mar de lembranças para qualquer participante, mas é natural que algumas se tornem as favoritas. Para Eunice, a reunião de 1977 foi a mais marcante. Por medo de retaliação dos militares, nenhuma universidade queria abrigar a reunião anual. Quem aceitou, em cima da hora, foi Dom Paulo Evaristo Arns. Então o evento, que seria em Fortaleza, foi realizado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e sem recursos governamentais.(…)
Para ver a matéria completa, acesse: 75 anos da SBPC em Curitiba: ciência, memórias e afetos.
Para saber mais sobre o evento, acompanhe as redes sociais oficiais da SBPC na UFPR.
Com informações da Agência Escola UFPR.