Basquin e Saint-Fleury posam com a professora Katya Naliwaiko e a secretária Vanessa Lucas. Imagem: AspecBio
Os estudantes haitianos Chrisner Basquin e John Wesley Saint-Fleury têm uma trajetória bem diferente da maioria dos estudantes da UFPR. Eles vivem no Brasil sob a condição de refugiados e tiveram a oportunidade de ingressar graças ao Programa “Política Migratória e Universidade Brasileira” e desde o início do ano cursam Biomedicina.
Apesar de terem estudado na mesma faculdade de Medicina na República Dominicana, os dois têm histórias bem distintas de suas chegadas ao nosso país. Chrisner está no Brasil desde 2014. Ele vivia em Xaxim, Santa Catarina, onde trabalhava como auxiliar de produção, quando soube da oportunidade para estudar na UFPR. “Trouxe meus documentos e voltei, pois não tinha amigos nem parentes por aqui”, conta ele, que no Brasil tem apenas uma irmã, que hoje vive em São Paulo. Já John Wesley mora há quase quatro anos no Brasil. Viveu em Belo Horizonte e Rio de Janeiro antes de vir para Curitiba. “Eu sempre quis viajar pelo mundo, mas aqui tenho certeza que é o meu destino final”, relata o estudante, que é casou-se há poucos meses com Michaelle, que também veio do Haiti para cá em busca de oportunidades.
São várias as dificuldades enfrentadas por Chrisner e John, sejam de caráter acadêmico, social ou emocional. Muitas vezes eles têm o conhecimento sobre as disciplinas, mas a dificuldade com a língua portuguesa os prejudica nas avaliações. Por outro lado, há o fato do curso de Biomedicina oferecido aqui ter conteúdos mais aprofundados do que o curso estudado por eles anteriormente. “O curso que fazemos aqui é mais pesado, então vai demorar um pouquinho para nos adaptar totalmente”, conta Chrisner. “Eu comecei um semestre bem focado. Devido a problemas familiares, acabei vindo só por vir. Cheguei até a pedir desculpas para alguns professores”, relata Saint-Fleury.
Os desafios de aprendizado e os problemas externos não são empecilho para que eles avancem nos estudos. Nesse sentido, a coordenadora do Curso, Professora Katya Naliwaiko, conta que eles contam com todo o suporte para não desanimarem nesta jornada. “É importante ressaltar que eles estão numa condição muito adversa. O nível de exigência não é só pelo curso, mas pela realidade de vida, que é muito ampliada”. Prova do que a docente fala se expressa no dia a dia de John Wesley. Após um dia inteiro de aulas na UFPR, ele ainda trabalha em um restaurante no período noturno para poder se manter. “Se não fizermos o movimento e nos colocarmos no lugar do aluno, de lembrar todo dia das dificuldade pela qual eles passam, não conseguiremos nos adaptar”, completa a coordenadora.
Para o próximo ano, Katya proporá a formação de um grupo de estudos, com a participação dos outros alunos do curso, como uma forma de reforço. Juntamente com Vanessa Lucas, secretária da coordenação até o início deste semestre, ela os ajudou na composição da grade horária, para que eles pudessem ter aproveitamento mesmo com algumas retenções no currículo. “A gente vê a dedicação deles e o esforço. Por isso, nos voltamos não só a um atendimento acadêmico e administrativo, mas também a ter um carinho, um cuidado, abrir espaço para conversarmos”.
Os estudantes agradecem toda a ajuda e acolhimento que recebem dos colegas e professores e já fazem planos para o futuro. “Temos que viver as coisas para tomar gosto. Estou ingressando numa área bem legal, relacionada a pesquisas. Por isso sinto que vamos nos dar muito bem”, sintetiza Chrisner.
Por Assessoria a Projetos Educacionais e Comunicação do Setor de Ciências Biológicas
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