Professor da UFPR faz palestra em Maputo sobre valorização afro-brasileira na literatura infanto-juvenil
O professor Paulo Vinícius Baptista da Silva, do Setor de Educação da UFPR, fará duas palestras em Maputo (capital do Moçambique) nesta semana. A primeira delas, intitulada “Educação e valorização afro-brasileira: discursos midiáticos; encontros possíveis com Moçambique”, aconteceu na manhã desta quarta-feira (15).
Paulo Vinícius pesquisa temas afro-brasileiros desde os anos 2000 no Programa de Pós-Graduação da UFPR. Ele está na capital moçambicana participando da pesquisa “Educomunicação e desenvolvimento social Moçambique – Brasil: Proposta para alavancar ações culturais, políticas, econômicas, educacionais e de energias sustentáveis”, desenvolvida em parceria entra a UFPR e a Universidade Eduardo Mondlane, e coordenada por Toni André Scharlau Vieira, professor do Departamento de Comunicação Social da UFPR.
Com o título “Educação e valorização afro-brasileira: literatura infanto-juvenil; encontros possíveis com Moçambique”, a segunda palestra se organiza em torno de contação oral de histórias brasileiras (de tradição afro e indígena). O ponto de partida são os conceitos “por sempre mais uma história”, “alfabetização da diáspora” e “branquidade normativa”, como têm sido trabalhados na pesquisa desenvolvida pelo autor sobre discursos brasileiros (na literatura infanto-juvenil, em livros didáticos, em jornais impressos, em peças publicitárias de imagem fixa e em telenovelas). O evento acontece nesta sexta-feira (17) às 18 horas no auditório do Centro Cultural Brasil-Moçambique, em Maputo.
O professor faz uma análise crítica sobre a literatura infanto-juvenil brasileira e discute as clivagens de raça-etnia e gênero analisadas pelas pesquisas. Ele aponta possíveis encontros e desafios com a literatura infanto-juvenil de Moçambique, e apresenta as alternativas atuais de publicações da literatura infanto-juvenil no Brasil que operam com marcadores da “literatura negro-brasileira”: o ponto de vista de autores/narradores/personagens; os africanismos na temática, ambientação, personagens, linguagem; a literatura oral como fonte e a contação de histórias no Brasil com as marcas da africanidade; um exemplo de universo brasileiro pouco explorado: quilombos brasileiros.