A mestranda Elisangela Aparecida Mazzutti, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), está concorrendo no concurso Geojovem da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS). O evento visa reconhecer e premiar ideias inovadoras na área da geotécnica. A primeira etapa consiste na apresentação sobre a pesquisa, sua importância e resultados do projeto. É o que busca a estudante em um vídeo criado para o concurso.
A produção aborda o comportamento mecânico de um solo estabilizado com lodo da estação de tratamento de água para a aplicação em aterros. Os vídeos com mais curtidas serão classificados para a final, na qual os pesquisadores poderão apresentar seus projetos no congresso da Cobramseg, que será realizado em agosto.
A discente desenvolve o trabalho com a aplicação de lodo em aterros sanitários desde 2019 e já foi premiada duas vezes como melhor pesquisa da área da Engenharia: segundo lugar em 2020 e primeiro em 2021.
A pesquisa surgiu da análise da alta produção de lodo atrelada à preocupação ambiental do destino final. Com isso, Elisangela instigou e buscou formas adequadas de gestão, principalmente, na construção civil, devido ao alto consumo de agregados naturais. Aliado a isso, percebeu que os materiais provenientes das jazidas estão cada vez mais escassos, necessitando utilizar materiais que não atendem às especificações de uso.
No Brasil, a execução de coberturas de aterros sanitários depende da exploração das jazidas de argilas, extraídas do próprio local de execução ou da jazida mais próxima ao aterro. Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
De acordo com Elisangela, pelo grande volume, o custo do transporte desses solos é superior à própria extração, e não apresentam viabilidade econômica para utilizar solos mais nobres nos aterros. “Não tem viabilidade quando considerado os frequentes aumentos nos preços dos combustíveis”, conta. A mestranda relata, ainda, que os solos disponíveis na localidade, muitas vezes, não atingem uma impermeabilização eficiente para camadas de aterro, surgindo a necessidade de utilizar solos menos nobres, estabilizando-os com aglomerantes e resíduos que melhoram suas propriedades.
Sendo assim, em sua pesquisa, o objetivo foi a utilização do Lodo de Estação de Tratamento de Água (LETA) de Frederico Westphalen/RS para fins de estabilização de um solo frequentemente utilizado para aterros e obras municipais, verificando a melhoria das características e propriedades do solo estabilizado com diferentes porcentagens de LETA para aplicação em camadas de impermeabilização de fundo e cobertura final de aterros sanitários.
Essas aplicações trariam vantagens na destinação do LETA e redução de consumo de recursos naturais. (Divulgação/Arquivo Pessoal)
Para Elisângela, é evidente os benefícios e a importância de uma destinação adequada ao lodo na geotécnica. “É possível evitar passivos ambientais gerados por esse resíduo, além de atuar de forma inovadora e sustentável, minimizando a utilização de recursos naturais com soluções economicamente viáveis e ambientalmente vantajosas em obras de engenharia”, conclui.
Confira o vídeo produzido pela aluna no Canal da ABMS no Youtube
(Por Felipe Reis, estagiário, sob orientação de Simone Meirelles)
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