Um resgate da história da ciência no País e a importante trajetória do físico César Lattes, suas descobertas e cooperações internacionais. É o que mostra uma exposição – até o dia 20 de outubro – no hall da Biblioteca do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná.
Intitulada “Cesar Lattes – 50 anos da descoberta do méson pi”, a exposição é dividida em três partes: a detecção do méson pi nas emulsões fotográficas expostas por Lattes em Chacaltaya (Bolívia); o trabalho de Lattes com raios cósmicos e interações nucleares em altas energias, e aspectos da vida pessoal do pesquisador.
Curitibano, Lattes sempre valorizou o Brasil, deixando um legado de contribuições para o conhecimento, a cultura nacional e a política brasileira de Ciência e Tecnologia, especialmente com a criação do CBPF – Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas do CNPq. A história do cientista confunde-se com a história da ciência no país e no mundo. Um exemplo do reconhecimento brasileiro à sua contribuição é a Plataforma Lattes, do CNPq, base de dados de currículos e instituições das áreas de Ciência e Tecnologia. ‘Sem história não há realidade objetiva’, dizia Lattes.’Sempre achei que só se pode melhorar a qualidade de vida de uma nação formando cidadãos pensantes.’
O uso dos raios cósmicos na investigação do núcleo atômico foi uma brilhante visão de Lattes e seus contemporâneos – ainda na década de 1940, quando a física nuclear era a vedete das ciências.
A exposição “Cesar Lattes – 50 anos da descoberta do méson pi” conta com o apoio do Setor de Ciências Exatas – Departamento de Física, Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR, Fundação da Universidade Federal do Paraná para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Cultura, Hospital Pequeno Príncipe e Instituto de Ensino Superior Pequeno Príncipe.
SOBRE LATTES – Um dos maiores cientistas brasileiros, o físico Césare mansueto Giulio Lattes, mais conhecido como César Lattes, tornou-se um ícone na produção científica mundial e um símbolo para o Brasil, servindo de inspiração e estímulo para as gerações seguintes.
No período da Segunda Guerra Mundial, iniciou pesquisas que contribuiriam para o avanço da ciência em relação à estrutura atômica. A descoberta do “méson pi” – partícula efêmera, com massa entre a do elétron e a do próton – foi essencial para os estudos sobre radiação. Para efetuar suas pesquisas, Lattes com notável espírito empreendedor montou o laboratório de Chacaltaya, na Bolívia. Em parceria com outros pesquisadores obteve importantes avanços como a reprodução artificial dos “píons”. Em trabalho conjunto com japoneses fez descobertas como o fenômeno das “Bolas de Fogo”, nome dado às nuvens de mésons no interior dos átomos. Apesar de ser crítico de Einstein, suas pesquisas foram fundamentais nas discussões posteriores à ‘Teoria da Relatividade’, pois foram precursoras para a concepção dos “quarks”. Dessa forma, apresentam fundamentos das teorias sobre a criação e a expansão do universo.
As contribuições de Lattes não se restringem ao meio acadêmico, pois no período de 1945 e 1956, houve uma forte intersecção entre ciência e política. Os pesquisadores tinham a noção de que a ciência para progredir tem que partir de preceitos políticos capazes de arregimentar apoio logístico e financeiro em questões estratégicas para o desenvolvimento nacional. Em 1946, criou o CBPF –Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas como o primeiro centro independente para pesquisa em física, agora ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. As suas participações perante organizações de fomento à pesquisa também foram decisivas, como integrante da comissão responsável pela instituição do CNPq. Participou no período de fundação, nas primeiras reuniões e posteriormente como membro do Conselho Deliberativo de 1953 a 1955.
Lattes teve grande atuação em universidades como USP, na cátedra do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, na qual implantou o laboratório de emulsões nucleares, e UNICAMP, na direção do Departamento de Cronologia, Raios Cósmicos e Altas Energias do Instituto de Física.
De 1950 a 1959, esteve presente na Comissão de Raios Cósmicos da União Internacional de Física Pura e Aplicada, na qual demonstrou a necessidade de integração em parcerias e cooperação entre nações em prol do desenvolvimento científico. Recebeu várias homenagens nacionais e internacionais em reconhecimento ao legado de suas contribuições.
Informações e detalhes: 3361-3004 (Irineu), 3029-3204 (Bonald), 3361-3293 (Marcírio) e 3361-3292 (Silvia).
Para aprender mais sobre o assunto: http://www.cbpf.br/Publicações;
http://public.web.cern.ch/Public/Welcome.html; http://www.auger.org. ;
http://lattes.cnpq.br/conheca/con_cl.htm
Fonte: Vivian de Albuquerque
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