60 anos da ditadura é tema de exposição no campus Batel

29 agosto, 2024
21:45
Por Rodrigo Choinski
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Extensão e Cultura

No dia 04 de setembro às 19h acontece a abertura da exposição “Continuamos…” que lembra os 60 anos da ditadura civil-militar no Brasil. A mostra acontece na Galeria de Artes do Campus Batel da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e fica aberta até o dia 27 de setembro. As visitas têm entrada franca e podem ser feitas de segunda a sexta das 8h às 18h.

O objetivo da exposição, segundo os organizadores, é resgatar a memória do golpe de estado de 1964 que interrompeu a democracia no Brasil por 21 anos. A ditadura que se seguiu é reconhecida como um dos períodos mais nefastos da história recente do país, com o uso indiscriminado de práticas como torturas, estupros e assassinatos contra adversários políticos e ideológicos do regime.

A mostra expõe trabalhos de 30 artistas e coletivos que atenderam a um convite público, o edital abrangeu toda a América do Sul.

Segundo os organizadores “os trabalhos, do ponto de vista de formalização, de multiplicidade de linguagens e de motivações, apresentam diferentes graus de aproximação de problemáticas próprias do período histórico em questão ou de suas consequências, permanências indesejáveis e desdobramentos de variadas naturezas no presente”.

A UFPR já abordou a efeméride, com a mostra “Terra incógnita: 60 anos” que ficou aberta no Museu de Artes (MusA) entre dezembro de 2023 e abril de 2024. Vale a pena conferir as entrevistas com a professora e curadora de arte Fabrícia Jordão e com o ativista político João Urban, ambas elaboradas para a exposição pela professora do DeArtes, Tânia Bloonfield. Elas estão disponíveis no Acervo da Biblioteca da UFPR (aqui e aqui).

Serviço

Exposição “Continuamos…”
Local: Galeria de Artes do Campus Batel da UFPR (Rua Cel. Dulcídio, 638 – Batel – Curitiba/PR)
Abertura: 4 de setembro às 19h
Período de exposição: até 27 de setembro
Visitação: de segunda a sexta das 8h às 18h (a partir de 5 de setembro)

Sinopse da exposição

Em 2024, muitos eventos têm sido organizados para se registrar a efeméride dos sessenta anos do golpe civil-empresarial-militar no Brasil. Assim, este lapso temporal, especialmente na esteira do período pós-ditatorial, ganha concretude em diferentes imagens, exposições, selos, livros, matérias jornalísticas, encontros acadêmicos, homenagens a militantes políticos e na criação de lugares de memória.

Lapso, aliás, é uma palavra muito curiosa, pois pode ser entendida em dois sentidos: decurso de tempo ou intervalo espacial; associação com culpa, erro ou falha. Um lapso de memória remete ao esquecimento de algo ou de alguém. A memória, portanto, está intrinsicamente ligada à dimensão tempo, mas, também, à palavra, à linguagem, às narrativas, à ciência e às artes.

Na mitologia grega, a deusa titã Mnemosine, irmã do deus do tempo Cronos, mãe das noves musas, personifica a memória. Mnemosine e a náiade Lete deram nome a dois rios, cujas propriedades eram complementares: beber as águas do primeiro possibilitava que a pessoa se lembrasse de tudo, pois havia optado pelo conhecimento; beber do segundo faria com que a pessoa se esquecesse de tudo ligado à sua existência.

Metaforicamente, para os gregos, a memória estava ligada à sabedoria, à verdade e à vida. Ao contrário, o esquecimento estava ligado à morte e à ruptura da conexão entre o passado e o presente.

A palavra letalidade tem sua raiz no nome do rio do esquecimento.

Em um mundo polarizado politicamente e em disputa a partir de diferentes narrativas, a memória alcança um lugar de suma importância, particularmente na busca da verdade e da justiça. A sua mais relevante propriedade – a de possibilitar a coesão entre diferentes elementos –, está presente nas subjetividades, mas subjetividades que se encontram situadas em grupos de referência e na coletividade.

Desde as primeiras investigações sobre o tema da memória, grandes pensadores como Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, Maurice Halbawachs, Max Weber, Sigmund Freud, Carl Jung, Henri Bergson, Peter Nora, Walter Benjamin, Michael Pollack, Paul Ricoeur, entre outros, dedicaram-se a definir e a apontar a memória e a sua contraparte, o esquecimento, como alguns dos mais destacados componentes na dialética das relações sociais, entre os indivíduos e a sociedade.

No sentido de oferecer uma contribuição à imprescindível tarefa de resgatar a memória de um dos períodos mais execráveis da história político-social contemporânea latino-americana, três instituições de ensino superior de Curitiba, PR, – UFPR, UNESPAR/EMBAP e UNESPAR/FAP – somaram esforços para a realização da exposição “Continuamos…”, que ora é apresentada ao público.

A exposição conta com trinta artistas participantes, indivíduos e coletivos de artistas, que atenderam à “convidatória” manifestada em edital público para toda a América do Sul. Os trabalhos, do ponto de vista de formalização, de multiplicidade de linguagens e de motivações, apresentam diferentes graus de aproximação de problemáticas próprias do período histórico em questão ou de suas consequências, permanências indesejáveis e desdobramentos de variadas naturezas no presente. Esta exposição integra as ações concebidas para o evento “60 anos do golpe: memórias, lutas e resistências”, organizado pelos Setores de Artes, Comunicação e Design, de Ciências Humanas e de Ciências Jurídicas da UFPR.

Continuamos… a lembrar

Continuamos… a luta

Continuamos… pela defesa da democracia

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