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UFPR celebra 107 anos com cerimônia que enaltece papel da instituição e resistência em 2019

12 dezembro, 2019
14:42
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Uma noite para celebrar a arte, a pesquisa, o ensino, a extensão e a inovação – assim foi a comemoração dos 107 da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a mais antiga do Brasil e um dos principais símbolos dos paranaenses. Com o Teatro da Reitoria lotado, a Sessão Pública e Solene do Conselho Universitário, realizada nesta quarta-feira (11), marcou também a despedida de um ano de dificuldades e de resistência.

Este foi o tom do discurso do reitor Ricardo Marcelo Fonseca. O anfitrião subiu ao púlpito para saudar a comunidade universitária e os convidados e para lembrar a importância social da instituição e de tudo o que ela produz. Ele lembrou que a cerimônia conseguiu resumir as tantas vertentes que a universidade pública alimenta – desde a cultura, até a ciência, as relações com a comunidade e a formação profissional.

A solenidade homenageou pesquisas de destaque nos seus programas de pós-graduação e selecionou 12 pessoas que, em diferentes áreas, difundiram o nome da UFPR de forma positiva ao longo do ano. O evento também teve apresentações culturais, com a Téssera Companhia de Dança e o Madrigal da UFPR. Além disso, foi exibido um vídeo com depoimentos congratulatórios de cidadãos paranaenses, políticos, representantes de entidades de classes e de instituições do Estado.

 

À frente: superintendente dos Correios no PR, Paulo Cezer Kremer Dos Santos; Vice-Governador do Paraná, Darci Piana; Reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca; Vice-Reitora, Graciela Inês Bolzon de Muniz e Reitora da UFPR – Gestão 2008, Marcia Helena Mendonça (Fotos: Marcos Solivan/Sucom UFPR)

 

“A universidade é instrução, mas não só”, salientou o reitor, após parafrasear o filósofo alemão Friedrich Nietzsche. “Somos também um lugar de imaginação, de talento, de arte, de inventividade, cultura, inclusão social e democracia”, refletiu.

O gestor lembrou que os cortes orçamentários trouxeram uma série de dificuldades para as universidades públicas esse ano, mas também reforçou o acolhimento com solidariedade que recebeu de entidades e políticos paranaenses, independentemente de ideologia político-partidária. “Este ano foi diferente porque sofremos uma forma de ataque absolutamente inusitada e precisamos dizer o óbvio: que não fazemos balbúrdia e que somos a alma mater da sociedade paranaense”.

Além disso, ele comentou que a UFPR produz pesquisas de destaque, mas também é referência na produção cultural, com nomes reconhecidos nacionalmente em prêmios como o Jabuti, principal da Literatura no Brasil. Sobre a importância da ciência e tecnologia, salientou que é impossível existir desenvolvimento sem pesquisas nesta área. “Golpear as universidades é golpear as condições para um salto de desenvolvimento”.

O reitor finalizou o discurso destacando como a UFPR se tornou um espaço de resistência e de solidariedade, com uma citação clássica do escritor Guimarães Rosa. “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”, disse, antes de finalizar o discurso com um “Viva” à Universidade Pública e à UFPR.

 

Discurso do reitor reforçou papel da UFPR em um cenário de resistência

 

O evento também contou com a exibição de três vídeos do projeto Curta Ciência, criado para promover e reconhecer o trabalho de docentes e discentes da pós-graduação stricto sensu da UFPR por meio da divulgação científica. O material destacou os trabalhos de pesquisadoras da Engenharia de Alimentos, Engenharia Mecânica e Farmacologia, que subiram ao palco para receber certificado junto aos orientadores. O projeto também premiou, com entrega de certificados, os melhores trabalhos acadêmicos eleito por seus pares em cada programa de pós-graduação da instituição.

 

“Excelência deve estar em nosso horizonte”, diz vice-reitora

 

Auditório ficou lotado durante a solenidade

 

A vice-reitora Graciela Inês Bolzon de Muniz fez um discurso firme em defesa da universidade e do seu papel, destacando que a UFPR continuará pública, gratuita e destinada à sociedade. Para isso, reforçou que a excelência deve estar sempre no horizonte. “A universidade nasceu acreditando na educação como um bem público. Hoje somos gigantes”.

Ela também destacou o papel das mulheres na UFPR e na ciência e falou sobre a importância do trabalho coletivo para a democratização do conhecimento. Graciela citou ainda o papel das políticas de valorização dos servidores docentes e técnicos administrativos, das políticas de inclusão e de permanência de discentes e do papel da liberdade de expressão no ambiente universitário.

“Este é um lugar privilegiado para o debate de ideias e ressignificação de conceitos”, afirmou. A vice-reitora citou Eduardo Galeano e Raquel de Queiroz para ressaltar a importância da busca por uma utopia que faça caminhar, por fervor e convicção.

 

Vice-reitora reforçou importância de se buscar a excelência

 

O vice-governador do Paraná, Darci Piana, participou da solenidade e também discursou, registrando suas memórias da época de estudante e seu empenho para contribuir com a interiorização da UFPR. “Imagino a quantidade de conhecimento que já passou por aqui nestes 107 anos”, disse. “Quantas pesquisas saem daqui para beneficiar a população?”, perguntou, reforçando a importância da instituição para o Estado.

O evento ainda contou com o lançamento do selo especial dos Correios da série “Mulheres Brasileiras que fizeram História”. A homenageada foi a paranaense Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, considerada heroína por ter arriscado a própria vida para salvar judeus na Segunda Guerra Mundial. O superintendente dos Correios no Paraná, Paulo Cezer Kremer Dos Santos, falou sobre a importância da homenageada e comparou-a com a trajetória da UFPR, indicando que ambas “nasceram neste Estado e conquistaram o mundo”.

A solenidade, que começou com a entrada solene do Cortejo Universitário no Teatro, terminou com um bolo comemorativo e um show de fogos de baixo ruído, no pátio da Reitoria.

 

Show de fogos encerrou a solenidade

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