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Tartaruga verde tratada durante 4 meses por pesquisadores do CEM volta ao mar; espécie é considerada vulnerável

13 março, 2019
12:59
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Encontrada com ferimentos graves na cabeça há cerca de quatro meses, no Litoral do Paraná, uma tartaruga verde (Chelonia mydasque recebeu tratamento por pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR voltou para o mar na última sexta-feira (8). Para se recuperar, a tartaruga foi submetida a cirurgia e cuidados intensivos no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna Marinha (CReD), em Pontal do Paraná. A tartaruga verde é uma espécie considerada vulnerável pela portaria mais recente do governo federal sobre a fauna brasileira (n.º 444/2014).

Segundo o médico veterinário Marcillo Altoé, que atua no centro, as lesões paralelas que o animal apresentava no crânio são características de um atropelamento por embarcação a motor — os ferimentos devem ter sido causados por uma hélice.

Tartaruga ficou apta para soltura depois de quatro meses de tratamento em Pontal do Paraná. Fotos: PMP-BS/Divulgação

Durante a cirurgia, os médicos veterinários retiraram o olho direito lesionado, os tecidos mortos associados à ferida e os restos de fragmentos ósseos. Em seguida, a tartaruga recebeu medicamentos para combater infecção, inflamação e dor. Por fim, o ferimento foi higienizado e finalizado com curativo e bandagem a cada 48 horas.

Após quatro meses de tratamento, o animal recuperado estava apto para a soltura. “As tartarugas marinhas são símbolo de resistência e adaptabilidade. Animais fantásticos, porém sem capacidade de defesa contra colisões e outras interações negativas com atividades humanas. Somos nós que precisamos cuidar para reduzir o impacto a elas”, frisa Camila Domit, bióloga e coordenadora do LEC.

Resgate

Ao encontrar a tartaruga verde ferida, moradores da região acionaram o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), que atua com ações de resgate e atendimento à fauna marinha — mamíferos, tartarugas e aves marinhas. O resgate pode ser solicitado diretamente à equipe do projeto ou ao CEM.

Os telefones são o 0800-642-3341 e o (41) 3511-8671.

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

Fases do tratamento: estado do animal no dia do resgate; raio-x que revelou fratura no crânio; cabeça recuperada após quatro meses de tratamento; e a caminhada para o mar, no último dia 8

O projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. No litoral paranaense, o PMB-BS e executado pelo LEC, do CEM-UFPR.

Espécie

Segundo a Portaria n.° 444/2014, a Chelonia mydas é uma das cinco espécies de tartaruga marinha ameaçadas de extinção no Brasil em diferentes níveis — por isso estão na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção mais recente, que é o tema da portaria.

Além da tartaruga verde, classificada como vulnerável, estão na lista as espécies Caretta caretta e Lepidochelys olivacea, consideradas em perigo, e as espécies Eretmochelys imbricata e Dermochelys coriacea (criticamente em perigo, o grau mais elevado de ameaça).

Por parte do Centro Tamar, do Instituto Chico Mendes (ICMBio), existe a expectativa de que parte dessas espécies tenha alcançado condições de sair da lista, devido aos esforços de conservação e pesquisa dos últimos anos. Entre as tartarugas marinhas, a verde é a espécie mais comum no litoral brasileiro e provavelmente a mais beneficiada por essas iniciativas.

(Com informações da assessoria de comunicação do PMB-BS)

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