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Pinguins de chinelo: inovação da UFPR diminui risco de doenças nos pés causadas por longo período em cativeiro

09 dezembro, 2020
12:25
Por Lais Murakami
Ciência e Tecnologia

Não, não é uma nova espécie de pinguim! O tratamento é sério e busca evitar dermatite nos pés das aves.

O Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna Marinha (CReD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) recebe, ao longo do ano, via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), muitos pinguins debilitados que passam por diversos tratamentos até que estejam recuperados e aptos para retornarem à natureza. Um desses tratamentos, uma inovação desenvolvida na UFPR, consiste no uso de uma espécie de chinelo pelos pinguins, que têm evitado doenças nos pés causadas por longos períodos fora da água.

A primeira versão dos sapatinhos ( esquerda) foi aprimorada até que a equipe chegou no modelo atual (direita) que está em testes. Fotos: LEC/UFPR

“Alguns desses animais acabam passando muito tempo em cativeiro, no processo de reabilitação, e podem desenvolver doenças nos pés, denominadas de pododermatites, por ficarem longos períodos fora da água”, explica a bióloga e coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) e do PMP-BS/UFPR, Camila Domit. Buscando evitar essas doenças, a equipe do CReD tenta manter os pinguins mais tempo dentro da água e prepara o ambiente deles com piso diferenciado e seixos rolados (espécie de pedregulho arredondado).

Mesmo com essas medidas, há risco de pododermatites em animais que passam muito tempo na reabilitação. “Alguns pinguins chegam extremamente debilitados e demandam mais tempo para aprenderem a comer e a nadar sozinhos novamente. Por isso fazemos alguns testes para reduzir as consequências de longos períodos em cativeiro. Um deles é essa espécie de chinelinho, que deixa os pés dos pinguins mais fofinhos quando estão fora da água”, revela a bióloga que, junto com a equipe veterinária, indica ter notado resultados positivos no experimento.

Segundo o médico veterinário responsável pelo CReD PMP-BS/UFPR, Marcillo Altoé, o Centro tem como objetivo fundamental salvar vidas e reabilitar a fauna marinha para retorno à natureza, mas também visa experimentar novas tecnologias e procedimentos que possam melhorar a vida dos animais no dia a dia e durante o próprio tratamento.

Os pinguins que estão usando o chinelinho estão em tratamento desde setembro e outubro e são considerados retardatários, tendo chegado ao litoral paranaense após o término do inverno. Como estavam mais debilitados, precisarão de mais tratamento e devem passar um período ainda mais longo em cativeiro.

Projeto

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. O LEC UFPR é responsável por monitorar e avaliar os encalhes no Trecho 6, compreendido entre os municípios de Guaratuba e Guaraqueçaba (PR).

Década dos Oceanos

Uma parceria entre a UFPR e a Unesco mobilizará ações relacionadas à Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, estipulada pela Organização das Nações Unidas para os anos de 2021 a 2030. A “Década do Oceano” construirá uma estrutura comum para que a ciência oceânica garanta a implementação da Agenda 2030 no âmbito dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Na UFPR, a ação começou a ser articulada pelo Programa de Pós Graduação em Pós-Graduação em Sistemas Costeiros Oceânicos. Com a formação de uma rede colaborativa de pesquisadores, o grupo lançou um perfil no Instagram com um desafio para a sociedade pelo desenvolvimento sustentável. Foram mais de 1400 perfis engajados na campanha “30 dias pelos Oceanos”.

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