O professor do Departamento de Engenharia Mecânica, Harrison Lourenço Corrêa, defendeu, em artigo, a importância dos materiais poliméricos para a produção de materiais essenciais no combate à covid-19, como os equipamentos de proteção individual (EPIs) usados pelos profissionais da saúde, por exemplo. O texto será publicado na revista Frontiers in Materials e traz, conforme o pesquisador, uma revisão e uma reflexão sobre o assunto. A pesquisa analisou artigos científicos relacionados à produção de máscaras e outros dispositivos com algum tipo de polímero como matéria-prima, tendo como base o primeiro semestre de 2020, mencionando os países, o tipo de polímero utilizado e o produto final ao qual se destinou.
A revisão aborda práticas bem sucedidas de uso de polímeros, materiais muitas vezes apontados como vilões do meio-ambiente. “É um texto reflexivo, à medida que ao longo do artigo são mostrados esses mesmos materiais sendo usados para produção de dispositivos e equipamentos úteis no combate e mitigação da covid-19”, afirma.
Polímeros são compostos químicos que podem ser sintetizados em laboratório, gerando produtos como o acrílico, o polipropileno e o PVC, por exemplo. “Os polímeros são relativamente fáceis de serem processados, transportados e armazenados. E essas características são imprescindíveis para garantia de uma produção em escala e em curto tempo”, destaca o professor.
Máscaras são exemplo de uso de polímeros no combate à pandemia (Foto: Santa Casa de São Carlos/Divulgação)
A reflexão foi feita em co-autoria com Daniela Correa, do Esquadrão de Saúde de Curitiba (ES-CT), e parte do pressuposto de que a redução do estoque de material médico-hospitalar e de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e para o público em geral levou ao surgimento de movimentos alternativos de produção a partir do material. A demanda por EPIs aumentou em poucos meses e teria sido suprida em grande parte pelos polímeros, de acordo com o pesquisador.
“Não creio que outros materiais que não os poliméricos tivessem tamanho sucesso no enfrentamento da pandemia. Se relembrarmos as notícias sobre os primeiros meses da disseminação da Sars-Co-2, veremos que os estoques de EPIs esgotaram-se em nível global. A recomposição parcial só foi possível graças às características dos polímeros”, aponta. Apesar disso, o professor também lembra que os materiais impactam negativamente o ambiente, sendo necessária a criação de uma cultura alinhada com as práticas sustentáveis e na circularidade – quando os resíduos retornam à cadeia produtiva.
Entre os bons exemplos associados ao uso do material, no Brasil, o pesquisador destacou iniciativas das universidades públicas relacionadas à produção de EPIs por meio de impressão 3D. As técnicas de moldagem de placas poliméricas para face shields , máscaras de proteção, a partir de garrafas PET seriam uma opção ao descarte usual. “A própria UFPR, através do Projeto Engenhar-Mec (Departamento de Engenharia Mecânica), tem desempenhado papel fundamental para suprimento de protetores faciais aos hospitais e clínicas de Curitiba. O Instituto Tecnológico da Aeronáutica, por meio do Centro de Competências em Manufatura, também tem atuado de modo exemplar”, observou.
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