A última semana foi movimentada para o Setor Palotina da UFPR, que recebeu a visita de uma comitiva da reitoria, incluindo membros dos conselhos superiores e pró-reitores, para dar o pontapé inicial na reforma do prédio do antigo seminário. O prédio, inaugurado em 1970 e histórico para a cidade, pertence à UFPR desde 2009 e atualmente abriga salas de aula, laboratórios, gabinete de professores e biblioteca.
Dividida em três etapas, a área total da reforma será de 2670 m² e começará com a restauração do segundo e terceiro pavimentos. Segundo a arquiteta da sede Palotina da Superintendência de Infraestrutura (Suinfra), Renata Paulert, como já era usado originalmente para esse fim, o edifício tem boas instalações de ensino. Até o final da obra serão trocadas as redes elétrica e hidráulica, os telhados, esquadrias e revestimentos, as unidades de ar condicionado e os banheiros, laboratórios, salas e biblioteca serão reformulados.
A segunda etapa reformará os banheiros e a terceira, o térreo, auditório e mini auditório. “Vamos prezar pela qualidade e conforto dos espaços”, afirmou a arquiteta. Para o professor Jonathan Dieter, do Departamento de Engenharias e Exatas, a troca da rede elétrica já será um grande benefício, já que a instalada atualmente não suporta certos equipamentos necessários nos laboratórios. “Nós ocupamos o seminário pela necessidade, pelo crescimento dos cursos. Essa reforma é muito importante para trazer melhores condições de ensino, pesquisa e extensão”, disse.
Interiorização
A interiorização da UFPR tem sido tema central das duas gestões do reitor Zaki Akel Sobrinho, que acredita na valorização do estado e em possibilitar que talentos do interior não precisem se deslocar de suas regiões para desenvolver seu potencial. Além disso, o investimento no Ensino Superior traz também outras melhorias para estes locais.
“A participação da UFPR no município de Palotina e em toda a nossa região tem feito uma grande diferença”, garante o prefeito Jucenir Stentzler, que destacou a geração de empregos e a movimentação da economia como fatores importantes da presença da Universidade do município. “São investimentos que já vem acontecendo há um bom tempo e esse com certeza vai fechar com chave de ouro essa participação”.
“A Universidade é dinâmica, ela vai crescendo, vai sendo ampliada”, apontou o reitor. “Nessa primeira etapa vamos investir R$ 3 milhões, que nós deixaremos de legado, e as gestões futuras vão dar continuidade com certeza”.
O vice-diretor do setor, Helton José Alves, destacou o valor histórico do seminário para a cidade e o esforço da comunidade em desempenhar o seu papel dentro da universidade – o anúncio do ato de autorização da reforma teve também a presença de cidadãos de Palotina e representantes da sociedade civil.
Crescimento constante
E a reforma é apenas mais um capítulo nos 23 anos de história do campus Palotina, que conta atualmente com 120 professores e 75 técnicos-administrativos. “É um privilégio estar aqui e ver esse crescimento”, acrescentou o vice-reitor, Rogério Andrade Mulinari.
Além de salas de aula, unidades administrativas, laboratórios, bibliotecas, gabinetes e toda estrutura necessária para abrigar oito cursos de graduação e seis de pós-graduação, o campus também dispõe de um hospital veterinário e um restaurante universitário. “A expansão é necessária e tem que se manter”, declarou o diretor do setor, Elisandro Pires Frigo.
Recentemente, o setor Palotina também ganhou uma nova unidade na cidade vizinha de Maripá, onde a piscicultura é muito desenvolvida. Em um terreno cedido pela prefeitura está sendo instalado um laboratório de carcinicultura (criação de camarões), obra que foi visitada pela comitiva.
“Isso é a concretização de um sonho que foi projetado lá atrás de ter um laboratório onde possamos produzir a pós-larva do camarão, que é necessária para inciar a produção”, conta o professor Eduardo Ballester, que desenvolve, desde 2010, um projeto de criação de camarões de água doce na UFPR. O laboratório servirá aos cursos de graduação em Engenharia de Aquicultura e pós-graduação em Aquicultura e Desenvolvimento Sustentável. “Com essa estrutura, nós vamos ter uma condição muito boa para desenvolver essas atividades”.
Durante a visita, o reitor e o vice-reitor também participaram de uma reunião com a direção do setor, professores, coordenadores de cursos e chefes de departamento. O encontro serviu para articular ações e esclarecer questionamentos referentes ao funcionamento do setor.
Futuro promissor
No último dia 28 de junho foi assinada, ainda, uma parceria entre a UFPR, a prefeitura de Palotina e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o Programa de Empreendedorismo e Inovação de Palotina, que instalará uma incubadora tecnológica em um terreno cedido pela prefeitura.
O objetivo do programa é desenvolver ações de fomento ao empreendedorismo para idealização e criação de negócios com foco em inovação e as atividades vão se desenvolver em conjunto. A Universidade disponibilizará formação, estrutura para capacitação e avaliará o projeto do empreendedor. O Sebrae dará suporte com metodologias e profissionais capacitados para aplicá-las. Já a incubadora municipal colabora com a divulgação do programa junto a instituições de ensino superior e parceiros estratégicos.
“A parceria existe justamente para que na Universidade, que é um espaço de formação, você tenha geração de conhecimento, que esse conhecimento possa ser transformado em uma ideia e que o aluno tenha o suporte para que essa ideia possa se tornar um plano de negócio”, explica a professora Maria Cristina Milinsk.
O Sebrae realizou um mapeamento da região e identificou sete locais com potencial de inovação e empreendedorismo. De acordo com Osvaldo Brotto, representante da instituição, Palotina se destacou por ser uma cidade rica, com uma prefeitura atuante, uma associação comercial ativa e pela presença da universidade.
Com o governo, a academia e setor produtivo trabalhando juntos, está composta a tripla hélice da inovação. “Queremos abrir espaço para estudantes que tenham essa vontade de abrir empresas, gerando emprego e renda”, concluiu Akel Sobrinho.