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Faltam políticas públicas para os jovens

De acordo com levantamento do Sistema de Informações de Mortalidade do Sistema de Saúde ( SIM/SUS), o envolvimento de jovens em acidentes de trânsito chega a 17,3% entre todos os acidentes no País. Cresceu de 9,9 mil entre 1999 e 2001 para 12,5 mil entre 2004 e 2006. O mesmo estudo apresentado pela pesquisadora Carla Coelho de Andrade do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Ministério do Planejamento, os negros são as maiores vítimas de mortes violentas. São 74,3 casos para cada grupo de 100 mil, na faixa de 18 a 24 anos.

A pesquisadora também mostrou que até 2007, dois milhões de jovens de 18 a 29 anos moravam em favelas, mais da metade 66,9% eram negros e vingam de famílias com renda na faixa de meio salário mínimo. Do total, 30% dos jovens moravam na área rural e o nível de escolaridade deles era 30% menor do que os jovens que moram nas cidades. Oito por cento dos que moravam no interior eram analfabetos, contra dois por cento daqueles dos centros urbanos. Dos que estudam. 26% precisam conciliar as atividades escolares com o trabalho. Carla mostrou ainda que cresceu nos últimos anos em todo País, o número de jovens homens que não conseguem mais manter a família e dependem da ajuda de parentes e de programas sociais do governo.

Com esses números a pesquisadora quis mostrar aos participantes do Seminário a importância de criar novas políticas públicas voltadas para o público jovem. Outra conferencista, Anabella Giracca, da Cátedra da Unesco de Comunicação para o fortalecimento da diversidade cultural da Guatemala, falou sobre a situação do jovem no País, que tem 50% das crianças sofrendo de desnutrição crônica e onde só 10% dos jovens terminam o ensino básico.

Segundo Anabella, 15 jovens são assassinados por dia na Guatemala, “país em que não há medidas preventivas, apenas recessivas”, destacou. De acordo com a educadora, a ausência de políticas para esse público já fez com que não existam mais cidadãos, mais vítimas da violência, da fome, do desemprego. E quando se fala da América Latina como um todo a Anabella afirmou que “estamos formando uma sociedade que tem medo dos jovens”.

O Seminário prossegue nesta sexta-feira, com mesa-redonda sobre “Culturas e Sociabilidades Juvenis”, às 8h30, no Teatro da Reitoria. Participam, Ana Luiza Fayet Sallas da UFPR, Marília Sposito da USP, Janice Tirelli da UFSC e Anália Otero, da Argentina.

A partir das 14 horas, no Edifício D. Pedro II, serão apresentadas pesquisas dentro dos grupos de trabalho. São oito GTS, sobre Juventude e Trabalho, Juventude e Gênero, Juventude e Mídia, Juventude e Violência, Juventude e Políticas Públicas, Juventude e Cultura, Juventude e Educação e Juventude e Cidadania.

Foto(s) relacionada(s):


Anabella Giracca da Guatemala (de mão erguida) fala sobre os índices de vilência envolvendo o jovem
Foto: Leonardo Bettinelli

Fonte: ACS