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Cultura de raiz é resgatada pelo Festival

Shows, teatros e oficinas. Muitas vezes é só o que as pessoas vêm do Festival, mas ele não se resume a isso. Por trás dos eventos se esconde a cultura que os rege, a cultura de raiz, que é a expressão de um povo, de um modo de viver. “É a ancestralidade, o religioso, o lúdico, o científico unidos numa manifestação que é a Cultura”, diz Fábio Fernando Tavares de Macedo. Fábio, formado em Direito – hoje é músico e arte-educador e ministrante da oficina “Batucada Brasileira” – mudou de rumo para estudar as culturas de raiz.

Segundo ele, a razão foi o fascínio pela música, que oferece um universo próprio, de autoconhecimento e convivência entre as pessoas. Esses elementos são fundamentais na formação das culturas de raiz, que integram arte e música, valorizando as pessoas, suas ideias e valores. Para Fábio, o corpo é a ferramenta utilizada para expressar essa cultura, usando a arte e a música como artifícios, que geram interação entre as pessoas. Por isso, a cultura é dinâmica. Além de conhecimento, a cultura também é a relação que temos com o cotidiano e por isso é necessário agregá-la a nossa vida.

No Festival a relação com a cultura se torna mais próxima, já que sua localidade ajuda. Antonina é considerada patrimônio cultural, com manifestações como o fandango e boi-de-mamão, tendo muito a oferecer para outras expressões culturais que permeiam as oficinas. “Recriamos e agregamos a arte para solucionar problemas do cotidiano”, explica Fábio.

Danças e cantigas populares também marcam presença na interação cultural. Glacemar Pereira, professora antoninense, participante da oficina “Cantigas e Danças Populares”, ressalta o valor dado ao regionalismo nos dias de hoje. “Temos que resgatar o que é nosso”, diz ela. A oficina está trabalhando com cantigas de todos os cantos do Brasil, vindas do Maranhão, Pernambuco, Bahia, São Paulo e outros estados. Ao som do tambor, as letras ganham vida e se tornam cantigas, que nos foram transmitidas pela oralidade.

Outra cultura explorada é a dos Mamulengos, vindo de Pernambuco. Mamulengos são bonecos de pano manuseados com a mão. O modo de manuseio dá nome ao boneco, mamulgengo significa “mão-mole”, explica Íris Gonçalves, ministrante da oficina “Mamulengando na Arte do Boneco”.

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Fonte: Lucas Gandin e Rebecca Staniscia