Reconstruir a vida em outro país é um desafio que permeia o caminho de migrantes e refugiados. A familiaridade com a língua nacional está ligada diretamente à adaptação e até mesmo ao surgimento de oportunidades de emprego e de qualificação, como um curso universitário.
Para acolher esse público e oferecer o ensino de português brasileiro gratuitamente, a Universidade Federal do Paraná abre suas portas há dez anos com o projeto Português Brasileiro para a Migração Humanitária (PBMIH). Centenas de migrantes já passaram pelo curso, que contempla cinco níveis de aprendizado – Básico I e II, Intermediário I e II, e Avançado I.
O curso atende migrantes portadores de visto de auxílio humanitário, solicitantes de refúgio, refugiados, apátridas e migrantes em vulnerabilidade social, moradores de Curitiba e região metropolitana. Além disso, também há vagas pessoas que já tiveram esse tipo de visto. Não é necessário ter conhecimento prévio da língua e a documentação deve ser comprovada no ato da matrícula.
As inscrições para o primeiro semestre estão abertas (acesse aqui). Novos alunos precisam realizar um teste de nivelamento no dia 8 de abril para que a equipe identifique o nível adequado ao conhecimento do candidato. As aulas acontecem aos sábados pela manhã, entre 15 de abril e 1 de julho, no prédio da Reitoria da UFPR.
A professora Adelaide Hercília Pescatori Silva, uma das coordenadoras do projeto, destaca que a língua representa a identidade e até mesmo a pátria. “Ensinar português brasileiro para pessoas que, pelas mais diversas razões, precisaram deixar sua terra natal significa dar-lhes a chance de reconstruir a vida, a identidade e de se sentirem acolhidos na nova pátria que escolheram”.
Neste ano, o projeto também oferecerá aulas de português para filhos de migrantes – crianças e adolescentes com idade entre 4 e 17 anos. Para participar, é necessário que o pai ou a mãe esteja fazendo o curso. As aulas serão simultâneas, como forma de auxiliar também quem não tem onde deixar os filhos neste período.
“Neste contato intercultural, que é fortemente presente nas aulas de português do PBMIH, aprende-se muito mais do que língua portuguesa, aprende-se a olhar para o outro com respeito, a conhecer novas possibilidades, a rever os nossos conceitos, a entender quem somos nós”, afirma a docente Pollianna Milan, que também integra a coordenação do projeto. De acordo com Pollianna, quem domina uma língua mais próxima, como o espanhol, aprende mais rápido. Porém, todos os falantes de outros idiomas, seja qual forem, conseguem aprender o português, alguns só precisam de um pouco mais de tempo.
Os alunos que frequentam 80% ou mais da carga horária e obtêm acima de 70 pontos nas avaliações recebem um certificado de curso de português da UFPR. Neste ano, 40 graduandos de Letras, orientados por docentes do curso, ministrarão as aulas para os migrantes. As vagas disponíveis são ocupadas por de inscrição.
“Este projeto é uma rica oportunidade para que nós, professores formados e em formação, possamos refletir sobre a nossa prática docente, aprendendo também com nossos alunos das mais variadas culturas e língua”, conclui a docente Pollianna.
Parcerias
Por meio de uma parceria com o PET Computação da UFPR, o projeto também oferece aulas de informática para os alunos migrantes que já conseguem compreender o português (é necessário frequentar o curso de português a partir do nível Intermediário I). A capacitação ensina desde o nível básico, envolvendo utilização de periféricos e ferramentas, até os mais avançados, como introdução à programação.
As aulas acontecem das 8h às 10h, aos sábados, antes das aulas de português.
Os estudantes interessados devem se cadastrar aqui.
Português Brasileiro para a Migração Humanitária (PBMIH)
Teste de nivelamento: 8 de abril
Inscrições: até 15 de abril neste link
Mais informações: www.pbmih.ufpr.br
Aulas: de 15 de abril a 1 de julho
Horário: 10h20 às 12h20
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