Curso de Comunicação Social celebra 50 anos debatendo desafios tecnológicos e do mercado

O evento reuniu professores, alunos e profissionais da área. Foto: Marcos Solivan

Na manhã desta quarta-feira, dia 17, o departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná promoveu um encontro em comemoração aos 50 anos do curso. Realizado no auditório do campus Juvevê, o evento promoveu uma palestra com a professora Elizabeth Saad Corrêa, da Escola de Comunicação e Artes da USP, e um debate mediado por Mário Messagi Júnior, chefe do departamento anfitrião.

Luiz Paulo Maia, vice-diretor do Setor de Artes, Comunicação e Design da UFPR e mais antigo professor do departamento de comunicação, com 32 anos de casa, homenageou os fundadores e citou a importância do curso para Curitiba e o Paraná. “O curso caminha para sua maturidade com a implantação do mestrado”, afirma Maia, referindo-se ao programa de pós-graduação, que abriu vagas para sua primeira turma em 2010. “O próximo passo é consolidar esta maturidade com a futura fundação do doutorado”, diz, acrescentando estar muito honrado por participar do evento.

O vice-reitor Rogério Mulinari também participou da abertura, destacando os desafio sociais do curso e agradecendo a dedicação da comunidade acadêmica ao lidar com a recente crise no curso de jornalismo, que tinha tido as matrículas de 2014 suspensas pelo MEC. “Foi preciso enxergar na crise uma oportunidade de avançar e traçar novos rumos”, relembrou.

A tecnologia transforma

Com o tema “Desafios do comunicador ante a convergência tecnológica”, a palestra de Elizabeth Saad Corrêa abordou a multiplicidade de mudanças que vêm acontecendo no mercado de trabalho e, consequentemente, na carreira dos comunicadores. A professora listou novas tendências na área, destacando que a digitalização já é algo consolidado e que é desta premissa que nascem outras questões.

Saad destacou que é necessário expandir competências. Foto: Marcos Solivan

De acordo com dados da Pesquisa Statista 2014, atualmente 40% da população mundial está conectada na rede com algum tipo de dispositivo móvel, com previsão de que este número suba para 90% em 2017. Destes, a maioria será de africanos e asiáticos. Por isso, é necessário que os profissionais aprendam a adaptar sua produção para estes meios e, ao mesmo tempo, também aprendam outras competências, como análise de banco de dados e produção audiovisual. “Há a tendência da diluição das fronteiras entre as habilitações”, aponta, referindo-se às divisões no curso de Comunicação Social: Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda.

Novo currículo

Tendência essa, que é contrário às diretrizes que o Ministério da Educação determinou para os cursos de Jornalismo e Relações Públicas. De acordo com o chefe de departamento, Mário Messagi Jr., a partir de 2016, as turmas aprovadas no vestibular terão um novo currículo e as três habilitações serão separadas, não mais fazendo parte de um mesmo bacharelado. Apesar disso, ele explica que será aberta uma disciplina “inter-profissões” focada na inovação.

“A renovação curricular e a criação de novas disciplinas é algo que está acontecendo em todo o país”, comenta Elizabeth, referindo-se a esta portaria decretada pelo MEC. A coordenadora do departamento de comunicação da UFPR, Rosângela Stringari, explica que este novo projeto pedagógico está sendo elaborado há alguns anos, deve incluir 21 disciplinas integradas entre os três cursos e será entregue em novembro deste ano. “A perspectiva é sempre de evolução. Então, um evento como este é essencial para resgatar a memória deste curso que foi tão importante para o Paraná”.

“Hoje, há uma relação muito mais aberta entre os alunos e professores”, conta. Para ela, os maiores avanços deste meio século história vêm da relação com os avanços tecnológicos, que trouxe mudanças brutais, e um maior protagonismo dos alunos.

Por Jéssica Maes