Os estudantes do curso de Medicina em Toledo começaram suas atividades, há nove dias, com o pé direito. Além de participar ativamente de todas as ações previstas na fase inicial do curso e de oferecer inclusive sugestões, debatidas nas democráticas reuniões que promovem, os calouros inovaram com a adoção de uma iniciativa que revelou sua criatividade e voluntarismo: o “trote solidário”.
Aproveitando o domingo de Páscoa, os calouros organizaram uma campanha que arrecadou mais de 700 bombons, distribuídos à Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) de Toledo na terça-feira passada (22) – um dia após a aula inaugural do curso. “Conseguimos mais do que pretendíamos, a ponto de podermos distribuir bombons até entre os funcionários da Apae”, conta Carlos Eduardo Merss, o Kadu, um dos líderes do grupo.
Democracia e diálogo
Nascido em Cascavel e residente em Maringá, Kadu explica que, agora, os estudantes estão empenhados na elaboração do Estatuto que garantirá base legal para o futuro Centro Acadêmico do curso. Mas os calouros foram adiante. Confeccionaram camisetas personalizadas e já preparam a produção de outros materiais que identifiquem o curso. “Nós estamos entusiasmados. É um orgulho estudar na UFPR”, diz.
A democracia e o diálogo, aliás, foram as ferramentas adotadas para garantir a unidade e coesão do grupo. “Há muitos estudantes do Paraná aqui, mas também tem gente que veio de Goiás e do Mato Grosso do Sul. Estas pessoas não se conheciam. Então, ou a gente adotava a proposta de inclusão e a democracia ou cada um ia ficar na sua. Trabalhar juntos é sempre melhor”, avalia Kadu.
Apoio pleno da PRAE
As iniciativas dos calouros de Medicina do campus Toledo recebem, desde o início, total apoio tanto da Reitoria quanto da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis. Amanhã (dia 31), a coordenadora de Apoio às Entidades Estudantis da PRAE, Adélia Junglos Alves, estará na cidade para orientar os alunos quanto aos seus direitos. “Estamos muito satisfeitos com o atendimento que recebemos da administração da UFPR, da PRAE, dos professores e da coordenação do curso. O pessoal é muito proativo e respondeu todas as nossas dúvidas” diz Kadu que, junto com os demais calouros, está conhecendo a inovadora metodologia de ensino- aprendizagem adotada no curso, na qual o aluno é ator importante no processo e o professor um facilitador do aprendizado.
De acordo com ele, a UFPR também está garantindo toda a estrutura material necessária para o funcionamento do curso, incluindo um grande acervo bibliográfico digital, modelos anatômicos, microscópios e livros, que foram solicitados pelos professores. “Temos tudo o que precisamos para o momento. Tenho a certeza de que, conforme o curso for se desenvolvendo, vamos receber ainda mais equipamentos e materiais”, avalia.
Autonomia e reconhecimento
A pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFPR, Rita de Cássia Lopes, elogia a iniciativa e a disposição dos alunos para o diálogo. “O trabalho que eles estão desenvolvendo é muito bom e merece todo mérito porque está possibilitando que eles exerçam sua cidadania de forma plena. Eles demonstraram ter grande autonomia e reconhecimento à UFPR, embora sejam muito jovens, o que nos deixou muito felizes”, avalia.
Rita destaca ainda o fato de a quase totalidade dos estudantes serem do Paraná. Dos 30 alunos que iniciaram as aulas, na semana passada, 26 são paranaenses – três deles de Toledo. Outros 30 iniciam suas aulas no segundo semestre do ano. “Por isso, os estudantes terão todo o nosso apoio”, garante Rita.
Por Aurélio Munhoz