Representantes vários municípios paranaenses, além de estudantes de Medicina Veterinária e membros de organizações não governamentais discutiram políticas públicas para manejo de animais de rua durante o II Simpósio Paranaense Manejo Populacional Humanitário e Sustentável de Cães e Gatos. O evento, realizado pelo projeto de extensão Medicina Veterinária em Ação nas Comunidades da Universidade Federal do Paraná aconteceu na quinta-feira, 31 de agosto, no Setor de Ciências Agrárias da UFPR. Entre as cidades representadas estavam Curitiba, Cerro Azul, Quatro Barras, Guarapuava, Piraquara, Ponta Grossa, Pinhais, Prudentópolis e Tijucas do Sul. No centro da discussão, aspectos práticos para soluções de problemas causados pelos animais abandonados para seres humanos e meio ambiente.
Uma das palestras mais movimentadas foi da médica veterinária Rosângela Ribeiro, da ONG World Animal Protection, com sede em Londres, presente em 14 países, escritório em São Paulo e ações em diversos estados brasileiros. Ela lembrou que a interação entre o ser humano e os cães já tem mais de 12 mil anos, o que explica a grande importância desses animais na sociedade. “O abandono cria problemas para a cidade e para os próprios bichos. São zoonoses, acidentes de trânsito, entre outros. Soluções como sacrifício de animais ou canil público são pouco eficazes, pois não vão à raiz do problema, que é conscientizar para evitar o abandono”, ressaltou.
Aos gestores públicos, ela ressaltou a importância de criar um programa de manejo humanitário e sustentável que esteja inserido nas ações permanentes de política pública do município. E listou algumas questões prioritárias, como o censo de população canina, identificação e registro dos animais, controle reprodutivo através de castração, educação para a guarda responsável, controle do comércio e legislações que permitam fiscalizar e punir as situações adversas.
Outro tema de destaque no Simpósio foi a questão da Leishmaniose Visceral, doença que avança em todo Brasil. Em zonas urbanas os cães são o principal reservatório da doença, que pode ser transmitida a humanos. Segundo a professora Rita Maria de Cássia Garcia, da disciplina de Medicina Veterinária do Coletivo da UFPR e coordenadora do evento, um novo tratamento está disponível e pode evitar que o sacrifício dos cães contaminados seja a única forma de controle e prevenção da doença. O evento também debateu a
a medicina veterinária de abrigos, vigilância epidemiológica de maus–tratos e abandono, entre outros temas.
O Simpósio teve apoio da World Animal Protection (WAP) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), e patrocínio das empresas Premier e Virbac.