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Revista britânica destaca pesquisa da UFPR sobre câncer

O estudo, que identificou um novo ‘marcador’ para o diagnóstico de um tipo de câncer de mama, recebeu do editor da revista o selo ‘highly acessed’ (altamente acessado, em tradução livre). A marca mostra à comunidade científica mundial a relevância da pesquisa desenvolvida na UFPR.

O mérito do estudo, segundo Giseli Klassen, professora do Departamento de Patologia Básica da universidade, foi constatar o desaparecimento do gene ‘adam33’ nos casos de carcinoma lobular de mama.

O gene produz uma proteína de mesmo nome, que, junto com outras substâncias, é responsável por manter as células unidas.

A falta dessa proteína acaba por facilitar o processo de metástase das células cancerígenas. ‘Essa descoberta pode ser a diferença entre salvar ou não a vida da mulher, haja vista que a principal causa de morte nos casos de câncer é a metástase e não o tumor inicial’, afirma Klassen.

No caso do carcinoma lobular, há um agravante: como a ocorrência desse tipo de câncer de mama é relativamente baixa (cerca de 15% dos casos), ele é pouco estudado.

A pesquisa da UFPR também descobriu que, no caso específico desse tipo de câncer, a metástase pode ocorrer no trato gastrointestinal, quando o mais frequente é que ela afete ossos, pulmões e fígado.

‘Muitas vezes, essa metástase podia até ser confundida com o diagnóstico de um novo câncer, já que não se sabia que ela poderia afetar essa área’, explica a professora.

Nova linha de pesquisa

A descoberta feita pela equipe da professora Giseli Klassen aconteceu graças à abertura de uma nova linha de pesquisa, trazida de São Paulo para a universidade pela própria professora, em 2005.

Trata-se da epigenética, parte da genética que estuda como os hábitos de vida podem mudar a estrutura de nossos genes. Embora o câncer seja uma doença que também conta com predisposições genéticas, cada vez mais se acredita que ela é catalisada por hábitos do dia-a-dia. Assim, a falta da proteína produzida pelo gene ‘adam33’ pode ser o indício de um hábito que leva ao desencadeamento do carcinoma lobular de mama.

Agora, a pesquisa do Departamento de Patologia Básica precisa encontrar meios de simplificar técnicas e baratear os custos para identificar a ausência da proteína produzida pelo ‘adam33’.

O objetivo é facilitar o processo, para que ele possa ser feito em laboratórios de análises clínicas, com acesso ao público, e não apenas em laboratórios de pesquisa.

Para tanto, o estudo disputa um edital de financiamento da Fundação Araucária, que deve ser divulgado até a próxima quinta-feira (30/7).

O resultado da pesquisa também será apresentado no 18º Congresso Brasileiro de Cancerologia, marcado para o próximo mês de outubro, em Curitiba.

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Logotipo do Laboratório de Epigenética da UFPR
Foto: Reprodução

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Fonte: Sandoval Matheus (estagiário) / Fernando César Oliveira (orientador)